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Bumlai é detido na Lava Jato por contrato de navio-sonda com a Petrobras

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A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (24) em um hotel de Brasília, o pecuarista José Carlos Bumlai, na 21ª fase da operação Lava Jato. O empresário iria depor nesta terça, às 14h30, na CPI do BNDES, que investiga operações envolvendo o banco, por isso estava em Brasília.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Bumlai conquistou sem licitação o contrato do navio-sonda Vitória na Petrobras, com o objetivo de quitar empréstimos junto ao Banco Schahin.

O empréstimo inicial era de R$ 12 milhões e foi contratado em 2004. Segundo o MPF, o valor foi supostamente quitado em 2009, com a contratação do navio sonda. Mas de acordo com o MPF, a operação ocorreu de modo diferente, a dívida com o banco Schahin foi perdoada, com um falso pagamento. “A dissimulação do caminho do dinheiro e a falsa quitação do empréstimo estão sob investigação”, afirmou o procurador do Ministério Público Federal (MPF) Diogo Castor de Mattos.

De acordo com o procurador Diogo Castor de Mattos, além do empréstimo principal, há pelo menos uma dezena de outros empréstimos, envolvendo pessoas físicas ligadas ao pecuarista.

Bumlai foi citado na delação premiada de Eduardo Musa, ex-gerente da Petrobras, e do lobista Fernando Baiano. De acordo com o delator Baiano, o pecuarista teria recebido R$ 2 milhões em propina.

Segundo a PF, “complexas medidas de engenharia financeira foram utilizadas pelos investigados com o objetivo de ocultar a real destinação dos valores indevidos pagos a agentes públicos e diretores da estatal”.

Três filhos de Bumlai, Maurício, Cristiane e Guilherme, foram levados à PF de Brasília, em condução coercitiva, para prestarem depoimento. Natalino Bertin e Silmar Roberto Bertin, controladores do frigorífico Bertin, também foram levados pela PF para prestarem depoimento.

A operação foi batizada como "Passe Livre" em razão de que supostamente Bumlai teria livre ao gabinete de Lula

Na operação Passe Livre foram cumpridos 25 mandados de busca e apreensão, um mandado de prisão preventiva, que é o de Bumlai, e seis mandados de condução coercitiva em São Paulo (SP), Lins (SP), Piracicaba (SP), Rio de Janeiro (RJ), Campo Grande (MS), Dourados (MS) e Brasília (DF).

Participaram da operação, 140 policiais federais e 23 auditores fiscais. Os investigados nesta fase responderão pela prática dos crimes de fraudes a licitação, falsidade ideológica, falsificação de documentos, corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.