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Dilma diz que em momentos de crise não se pode mostrar 'desespero'

Presidente inaugurou trecho do Canal do Sertão Alagoano, em Inhapi (AL)

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A presidente Dilma Rousseff disse nesta quinta-feira (5), em Inhapi (AL), que em momentos de dificuldade, como a atual crise econômica, não se pode mostrar "desespero" ou ficar "cabisbaixo". "Quero dizer que nós temos de ter consciência de que é fundamental, quando a gente tem momentos de dificuldade, a gente não pode mostrar desespero e ficar cabisbaixos. Em momentos de dificuldades, a gente tem de construir o futuro", afirmou.

Ela completou: “No Brasil, estamos passando por uma dificuldade. Agora, tem uma coisa que é importantíssima de ser mantida: são todas as obras ligadas à questão da seca, porque temos consciência de que, pela primeira vez no Brasil, a partir do governo do presidente Lula e com meu governo, nós enfrentamos com obras que vão solucionar o problema da seca”.

A presidente disse que a Região Nordeste passa pela pior seca dos últimos cem anos e que o problema será enfrentado de cabeça erguida. “Essa pior seca, nós vamos enfrentar com vocês. Vamos enfrentar de cabeça erguida, vamos superar e vamos criar as condições para uma vida melhor aqui na região”, disse. Dilma afirmou que estão em andamento obras estruturantes para garantir água a milhões de pessoas que vivem no Nordeste.

Segundo Dilma, um governante deve ser julgado pelo fato de dar ou não oportunidades a seu povo e essas oportunidades precisam ser iguais, tanto para ricos quanto para pobres.

“As oportunidades iguais também não têm de ser iguais para os estados e as regiões? Tem. A obra do Canal do Sertão Alagoano tenta e vai conseguir dar oportunidades iguais para quem nasce aqui e para quem nasce onde o rio passa. É isso que estamos construindo hoje aqui, reequilibrando no Brasil a geografia”, explicou.

Dilma voltou a comparar as recentes medidas adotadas pelo governo para reequilibrar as contas públicas a ações que se toma em casa quando a família passa por dificuldades. "Uma parte aperta o cinto e a outra parte vê o que é importante e tem de ser mantido", enfatizou.

A presidente entregou nesta quinta-feira o Trecho III - com 28,2 quilômetros de extensão - da maior obra de infraestrutura hídrica do estado de Alagoas, em Inhapi. Com investimento de R$ 851,10 milhões, esse trecho disponibilizará água para os municípios de Água Branca, Olho D'Água do Casado, Inhapi e Senador Rui Palmeira, em Alagoas. Aproximadamente 60,4 mil pessoas serão beneficiadas.

O canal é executado pelo governo de Alagoas com apoio financeiro do Governo Federal. O empreendimento está orçado em R$ 2,35 bilhões, sendo R$ 2,28 bilhões da União e R$ 71,14 milhões de contrapartida do estado para os Trechos I e II. Atualmente, a obra engloba a construção de quatro trechos, com 123,4 quilômetros de extensão (I, II, III, IV), a interligação do canal às Adutoras do Alto Sertão e da Bacia Leiteira.

Também há obras complementares como a montagem de comportas e eletrificação. O investimento em eletrificação está orçado em R$ 10,54 milhões. As obras das comportas (sistema de controle de fluxo de água) têm orçamento de R$ 25,15 milhões.

A captação de água do Canal do Sertão Alagoano, localizado a cerca de 300 quilômetros de Maceió, é realizada no Lago Moxotó, formado pelo represamento do Rio São Francisco, em Delmiro Gouveia (AL), com vazão de 32m³/s.

Os Trechos I e II têm 64,7 quilômetros e já garantem água para o consumo humano, animal e a atividade agrícola de 106,4 mil alagoanos, desde 2013, aos municípios de Delmiro Gouveia, Pariconha, Água Branca e Olho d’Água do Casado. O valor orçado do Trecho I foi de R$ 405,64 milhões e o do Trecho II foi de R$ 269,32 milhões. Com a entrega do Trecho III, o abastecimento dessas cidades será ampliado até Inhapi e Senador Rui Palmeira. No total, as três etapas, com 92,9 quilômetros, beneficiarão 166,8 mil habitantes. Os investimentos da União nestes trechos somam R$ 1,52 bilhão.

O Trecho IV, as interligações do Canal do Sertão Alagoano às Adutoras do Alto Sertão e da Bacia Leiteira, e as obras complementares (comportas e eletrificação) estão em execução. O último trecho está com 51,4% de avanço físico e possui 30,4 quilômetros de comprimento. Quando concluído, ampliará o abastecimento do canal até as cidades de Senador Rui Palmeira e São José da Tapera, beneficiando 43 mil habitantes nestes municípios. O Trecho IV está orçado em R$ 592,39 milhões.

Com investimentos de R$ 89,43 milhões, a interligação do canal à Adutora do Alto Sertão apresenta 60% de execução física. Com a obra, a água chegará às oito sedes municipais - Água Branca, Canapi, Delmiro Gouveia, Inhapi, Mata Grande, Olho D'Água do Casado, Pariconha e Piranhas - e a 24 povoados que atenderão cerca de 180 mil habitantes. O empreendimento tem 247 quilômetros de adutoras e interligará o canal no km 36,8 do Trecho I, em Pariconha (AL).

Já a interligação do canal à Adutora da Bacia Leiteira está orçada em R$ 114,43 milhões, com 27% de execução física. A obra vai recuperar e modernizar a adutora, que já atende quase 290 mil habitantes em 19 municípios alagoanos.

No total, o Canal do Sertão Alagoano prevê a implantação de 250 quilômetros de obras, entre Delmiro Gouveia e Arapiraca, que atenderão mais de um milhão de alagoanos em 42 municípios no estado.