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Em 1937, contas de Getúlio Vargas também foram rejeitadas

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O parecer recomendando a rejeição das contas da presidente Dilma Rousseff pelo Tribunal de Contas da União (TCU) mais uma vez une o atual e conturbado momento político com fatos marcantes da história brasileira.

A única outra vez em que o TCU rejeitou contas de um presidente foi em 1937, durante o governo Getúlio Vargas, historicamente ligado às causas trabalhistas. O tribunal rejeitou as contas relativas a 1936. Na ocasião, o ministro relator do processo foi Francisco Thompson Flores. Os demais ministros acompanharam o voto do relator. 

Na tradicional família Thompson Flores, do Rio Grande do Sul, havia juristas e políticos ligados a partidos conservadores como Carlos Thompson Flores, filiado ao Partido Liberal - partido do período Imperial.

Na ocasião da análise das contas de Getúlio Vargas, em 1937, o TCU vivia um momento de confronto com o governo. A Constituição de 1937 (conhecida como Polaca), que estava sendo elaborada e seria aprovada oito meses depois, gerava controvérsias. Além disso, denúncias de conspiração, acusações e articulações tomavam conta do cenário político.

Oito anos depois, sob forte pressão, Getúlio Vargas foi deposto.

Hoje o governo Dilma Rousseff - também essencialmente ligado às causas trabalhistas - enfrenta um pesado momento de confronto político, e viu suas contas serem rejeitadas pelo TCU após o parecer neste sentido do relator Augusto Nardes, que em sua trajetória foi vereador pelo Arena e deputado estadual pelo PDS e pelo PPR.

Paralelamente, o governo Dilma enfrenta acusações que já provocaram mais de uma dezena de pedidos de impeachment, e uma batalha no Tribunal Superior Eleitoral onde ações apontam supostas irregularidades na última campanha eleitoral da sua chapa com o vice-presidente Michel Temer.