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Procuradoria da Suíça diz que banco levantou suspeita sobre Cunha

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Nesta quinta-feira (1º), a Procuradoria-Geral da Suíça informou que um banco suíço foi o responsável por levantar suspeitas contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A Procuradoria divulgou um comunicado informando que recebeu em abril deste ano um relatório sobre lavagem de dinheiro de um banco no país referente ao deputado. O Ministério Público suíço acrescentou ainda que após a abertura de um processo, os ativos de Eduardo Cunha foram bloqueados. As informações são da Folha de S. Paulo.

A descoberta da conta teria ocorrido em decorrência de uma devassa nas transações de operadores do esquema de corrupção na Petrobras. Os dados da conta secreta que teria Cunha como beneficiário foram repassados ao Ministério Público Federal do Brasil, assim como detalhes de quem fez depósitos. 

O MP suíço anunciou na semana passada a abertura de investigações contra o ex-gerente da área internacional da petroleira Eduardo Musa, novo delator que também citou o presidente da Câmara.

A Suíça anunciou a existência de US$ 400 milhões bloqueador nas contas do país. O porta-voz do Ministério Público suíço, Andre Marty, indicou que a investigação foi aberta e que seus ativos foram congelados.

Na quarta-feira, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e familiares dele têm contas bancárias na Suíça que são investigadas pelo Ministério Público desse país. 

As autoridades suíças confirmaram que abriram ação criminal contra Cunha sob suspeita de lavagem de dinheiro e corrupção passiva e que repassou todo material para o território brasileiro.

A Procuradoria-Geral da Suíça informou que como Cunha é cidadão brasileiro, não pode ser extraditado para a Suíça. Por isso, o órgão, através do Departamento de Justiça da Suíça, transferiu os procedimentos contra Cunha para o Brasil para que ele possa ser investigado e julgado pelas autoridades judiciais brasileiras.

O rastreamento de recursos que passaram por contas do lobista João Augusto Henriques - ligado ao PMDB e preso na Operação Lava Jato em 21 de setembro - , levou a contas atribuídas a Cunha na Suíça. Henriques teria admitido que fez depósito em uma conta no exterior que tinha Cunha como beneficiário. Ele teria acrescentado ainda que não sabia que a conta pertencia a Eduardo Cunha, fato que só veio a saber pelas autoridades suíças.

De acordo com o lobista, o pagamento seria proveniente de uma comissão para o economista Felipe Diniz, filho do deputado federal Fernando Diniz (PMDB-MG) - morto em 2009 -, por causa da ajuda no negócio de aquisição pela Petrobras de um campo de exploração em Benin, na África.

A presidente da Câmara, Eduardo Cunha, se negou a informar se ele ou familiares têm contas bancárias na Suíça. "Não vou comentar. Na medida em que dizem que tem alguma coisa, vamos esperar que apareça. Não vou comentar, não vou cair na armadilha de dar para você qualquer tipo de lide [principal informação de uma reportagem] dessa situação", disse Cunha, acrescentando: "Não há o que falar, não vou ficar todo dia fomentando, amanhã vai surgir outra coisa, vai ser assim, já estou preparado. Tenho que cumprir a orientação dele [advogado] que me proibiu de falar, se eu falar é capaz de ele não querer me defender mais."