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CPI da Petrobras ouve executivos asiáticos e delegados da PF nesta quarta

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A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras se reúne nesta quarta-feira (5), às 14 horas, para ouvir os dois executivos asiáticos que estão à frente de empresas mencionadas como fontes de pagamento de propina na Petrobras, a Samsung e a Mitsui, além de delegados e um agente da Polícia Federal. 

Os presidentes das duas empresas (J. W. Kim, da Samsung Heavy Industry Ltda., e Shinji Tsuchiya, da Mitsui & Co.) não são acusados de irregularidades. Mas tanto a Samsung quanto a Mitsui foram envolvidas em suspeita de pagamento de propina pelo ex-representante das duas no Brasil Júlio Camargo.

As empresas alugavam navios-plataforma para a Petrobras. Segundo Júlio Camargo, houve pagamento de propina em troca dos contratos. Ele acusou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, de ser beneficiário do pagamento. Cunha nega e diz que Camargo foi pressionado a fazer a acusação pelo Ministério Público.

O deputado Celso Pansera (PMDB-RJ) disse que os depoimentos dos executivos são importantes para esclarecer o caso. "Vai ser interessante, já que surgiu essa fala do lobista Júlio Camargo na semana passada ao juiz Sérgio Moro. É um bom momento para a gente ouvir esses empresários para ver, de fato, se eles pagaram alguma comissão, algum tipo de valor a título de propina ao empresário Júlio Camargo, um bom momento até para a gente avançar nessa investigação, ajudar a Operação Lava Jato a avançar um pouco mais nessa questão", ressaltou.

Polícia Federal

Além dos dois executivos, a CPI vai ouvir nesta quarta três delegados e um agente da Polícia Federal encarregados das investigações da Operação Lava Jato.

O agente Sérgio Ramalho Rezende e os delegados José Navas Júnior, Ricardo Hiroshi Ishida e Sérgio de Arruda Costa Macedo foram convocados a pedido do deputado Leo de Brito (PT-AC). O parlamentar quer saber como foram obtidos os dados das ligações telefônicas entre o doleiro Alberto Youssef e os ex-deputados Luiz Argôlo e André Vargas, presos em Curitiba.

Os dados foram enviados à Polícia Federal pela empresa RIM (Research in Motion), do Canadá, que fabrica os telefones celulares (BlackBerry) usados pelos três. Os celulares usavam mensagens criptografadas.As defesas de André Vargas, Luiz Argôlo e da empreiteira OAS argumentam que os dados foram obtidos ilegalmente. Os advogados alegam que a Polícia Federal não respeitou acordo de colaboração internacional entre o Brasil e o Canadá ao procurar diretamente a fabricante do telefone e não o Ministério da Justiça canadense.

Além disso, a defesa de André Vargas pede a anulação das provas alegando que ele não poderia ter sido investigado sem autorização do Supremo Tribunal Federal, já que na época era deputado.