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PF vai investigar vazamento da delação de Ricardo Pessoa 

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A polícia Federal abriu inquérito para investigar o vazamento da delação premiada do empresário Ricardo Pessoas, dono da UTC e da Constran. O processo foi aberto nesta quinta-feira (16) a pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. 

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse no começo da noite que "a Polícia Federal irá fazer uma apuração rigorosa para detectar quem é o autor do vazamento. E seguramente, se for detectado, será punido". A declaração foi dada quando o ministro deixava o Supremo Tribunal Federal (STF). Trechos do depoimento de Pessoa apareceram em reportagens da revista "Veja". 

>> CPI da Petrobras: Cardozo condena escutas e vazamentos de delação ilegais

Nesta quarta-feira (15), Cardozo já havia se pronunciado a respeito do vazamento, durante reunião da CPI da Petrobras. Ele disse que há uma diferença entre os casos de publicidade antes do indicado como ideal e os casos de vazamento ilegal. Destacou, como exemplo do primeiro caso, a publicidade de atos e inquéritos antes da conclusão deles, inclusive de delação premiada, que não são propriamente vazamentos e portanto não podem se qualificar como ilegais. Como exemplo do segundo caso, apontou o vazamento da delação do Ricardo Pessoa, ainda sob sigilo. 

"Situações desse tipo são absolutamente ilegais, criminosas", alertou o ministro sobre o vazamento irregular de delação. "Delações premiadas não são sentenças condenatórias, são informações que são guias de investigação. Um delator pode falar verdade, mentir. (...) é alguém que está pretendendo obter benefício penal", completou Cardozo, alertando que muitas vezes pessoas citadas em delações vazadas são atingidas em sua honra e credibilidade social, antes da devida investigação e sentença condenatória.