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Rui Falcão: 'oposição recuou, mas estamos vigilantes'

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Integrantes de partidos da oposição "recuaram" na insistência em tirar a presidente Dilma Rousseff do poder, concordou o presidente nacional do PT, Rui Falcão, quando questionado se os adversários políticos do governo teriam amenizado o discurso do impeachment.

"Eles sentiram a barra quando se denunciou que eles estão envolvidos com um movimento golpista. Aparentemente recuaram, mas nós temos que estar vigilantes porque o clima é preocupante nesse aspecto. Temos que defender a democracia contra o golpe", afirmou ao 247.

O dirigente petista participou de um ato promovido pelo PT da capital paulista e em defesa da democracia na noite desta terça-feira (14). Rui também comentou com o 247 sobre a reunião que participou com o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff, onde foi discutida uma estratégia para se defender o mandato de Dilma.

"Nós discutimos a conjuntura nacional, nós vamos fazer várias viagens pelo Brasil a partir de agosto. Ministros, dirigentes partidários, senadores, defendendo o mandato da presidenta Dilma, contra o golpe e em defesa de reformas estruturais", detalhou. Segundo ele, a presidente estava "tranquila, serena" e que "ouviu bastante". Ela destacou, no encontro, muitas ações apresentadas pelo governo recentemente.

Volta de Lula

Durante seu discurso no ato, Rui Falcão contou que, em conversa com Dilma, foi debatida uma "base para se ter um julgamento decente no TCU", que analisa as contas do governo de 2014 e as chamadas 'pedaladas fiscais'. Ele ressaltou que "aqueles que podem garantir o mandato da presidente é o povo brasileiro" e que, se o País passa hoje por dificuldades e que talvez estivesse melhor economicamente do que há quatro anos, mesmo assim "está muito melhor do que há 12 anos e meio atrás".

Ele defendeu que "é preciso conter a alta dos juros e reduzir o superávit primário" – para poder investir no consumo, no crédito. Outras lideranças também fizeram críticas ao atual modelo econômico e principalmente a aprovações de medidas como o PL da Terceirização ou MPs que prejudicaram benefícios trabalhistas.

"O ex-presidente [Fernando] Collor saiu por um processo legal. E é isso o que eles querem: expelir a Dilma dentro de um processo democrático. Não nos enganemos: o que está em jogo é o avanço da democracia", discursou o presidente do PT. Ele acrescentou que "temos uma democracia imperfeita ainda, que é controlada pela mídia monopolizada".

Ele falou da importância de o movimento em defesa da democracia começar em São Paulo, "porque aqui está o núcleo da reação, a intolerância, a intransigência, os ataques...", afirmou, lembrando de atos de repúdio contra petistas na capital paulista, como os ex-ministros Guido Mantega e Alexandre Padilha e o prefeito Fernando Haddad. Por fim, defendeu com veemência a volta do ex-presidente Lula em 2018.

"Sabe o que o pessoal diz no interior, quando você viaja para outros estados? Dizem 'olha, tudo isso que está acontecendo a gente até entende, que haja corrupção nós já estamos acostumados, o problema é impedir a volta do Lula em 2018, é disso que se trata. Porque a volta do Lula não é questão de messianismo, nem de salvação nacional, é a continuidade de um projeto que precisa avançar'", afirmou.

Rui foi o último a falar no evento, que reuniu dirigentes do PT de do Estado e representantes de partidos aliados, como PCdoB, PDT e PCO. O secretário municipal de Educação, Gabriel Challita, era esperado para representar o PMDB, mas não compareceu. Também estiveram movimentos sociais e trabalhistas, como CUT, CTB e diversos sindicatos, além de um pastor da Assembleia de Deus, representando os evangélicos.