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Servidores do INSS entram em greve nesta terça-feira por reajuste salarial

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Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decidiram entrar em greve nesta terça-feira (7), em 13 estados, por tempo indeterminado. Eles exigem reajuste salarial de 27,5% de imediato e aumento gradual nos próximos quatro anos, melhorias nas condições de trabalho e atendimento ao público. Funcionários de postos e núcleos do Ministério da Saúde e locais de trabalho da Anvisa também participam da mobilização.

Os 13 estados envolvidos na paralisação são: Amapá, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps) avalia que 70% dos servidores nesses estados estejam parados. A assessoria de imprensa do INSS informou que deve divulgar um balanço sobre a quantidade de estados e servidores parados no final desta terça-feira.

Segundo Márcio Villano Bottini, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo (Sinsprev), o reajuste exigido de 27,5% representa o cálculo da inflação acumulada desde 2010. A proposta do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão é reajustar em 21,3%, de forma parcelada, até 2019 (5,5% em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019), oferta rejeitada pelos trabalhadores.

"Precisamos de concurso público, pois falta muito funcionário para atender adequadamente a população. Queremos mais investimento. Temos agência sem tinta de impressão e papel para imprimir coisas básicas para os segurados. Isso é fundamental para a população", disse Márcio, que informou ainda que os servidores estão descontentes com um plano de metas que amplia a jornada de trabalho de 30 horas semanais.

De acordo com nota da Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social (Anasps), uma "operação padrão" será mantida nas agências do INSS e nos núcleos dos ministérios da Saúde e do Trabalho e Emprego entre esta terça-feira (7) e a próxima quinta (9). 

Nesta terça (7), deve ser realizada uma reunião com o Ministério do Planejamento, responsável pela gestão do órgão, para novas negociações, com a Fenasps. Haverá um encontro às 14h com o secretário de relações do trabalho, Sérgio Mendonça.

Repercussão

Pela manhã, na agência da região do Glicério, Centro de São Paulo, segurados reclamavam da falta de informação. A agência é uma das maiores da capital, chegando a atender 700 pessoas por dia. Denise Romero, psicóloga de 57 anos, acompanhava a mãe, de 92 anos.

Denise precisa receber uma pensão por morte do pai. “Faz 15 dias que meu pai mrreu. Foi feito o agendamento e o procedimento, confirmado ontem (6). Fica difícil levar a sério uma situação como essa”, reclamou.

Marcia Aparecida Pinto, autônoma, 46 anos, é deficiente visual e precisava passar por perícia médica hoje. “Estava trabalhando, mas não consigo enxergar com meu único olho." Marlene da Silva, aposentada, 70 anos, reclamou da falta de informação no atendimento. "Tenho um empréstimo consignado em folha, mas não há repasse do INSS desde maio. Estou passando por isso e não sei a quem recorrer. Trabalhei a vida inteira e agora recebo um salário mínimo", explicou.

A orientação do INSS aos segurados é que as datas de atendimento serão remarcadas pela própria agência. Dúvidas podem ser esclarecidas pela central do telefone 135. Em nota, o INSS informou que considerará a data originalmente agendada como a de entrada do requerimento, "de modo a evitar qualquer prejuízo financeiro nos benefícios dos segurados".

* Com Agência Brasil