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Marcha das Vadias de Curitiba tem grávidas, homens e mães

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Ao grito de “vem para a rua contra o machismo”, mulheres curitibanas promoveram no final da manhã deste sábado mais uma edição da Marcha das Vadias. Neste ano, um dos motes da manifestação era a legalização do aborto, além da violência contra a mulher e a consciência plena sobre o seu corpo. A marcha percorreu as ruas do centro de Curitiba e chamou a atenção de quem estava na região.

As participantes pintaram seus corpos com frases contra o machismo e levaram cartazes para alertar sobre as lutas das mulheres. A artista Juliana Luz, 32 anos, participou pela primeira vez da Marcha das Vadias. “Tenho duas filhas e este é o momento de começar a lutar pelos direitos delas. Este está sendo o momento para parar de reclamar dentro de suas casas e todos irem para a rua protestar e lutar”, destacou.

Outra integrante da marcha era a estudante Isabelle Lemes, 17 anos, grávida de nove meses. Ela resolveu participar do movimento para protestar contra a maneira como a sociedade atual ainda trata as mulheres de maneira diferente aos homens. Ela, que no princípio da gravidez pensou em abortar, salientou que era necessário lutar por todas as mulheres que não tinham o mesmo apoio que ela está recebendo em sua gestação. Isabelle lembrou que sofreu muita pressão pela gravidez precoce.

“Apesar de no início ter pensado no aborto, isto não faz com que eu não ame o meu filho. Mas estou aqui pelas mulheres que pensam nesta opção de não ter e não conseguem apoio. O Estado é laico e, por isto, as mulheres deveriam ter o acesso. Hoje eu estou com a situação ‘nos eixos’, mas muitas mulheres não têm isso e são expulsas de casa, por exemplo”, ressalta.

A estudante Giovanna Scremin participou pela terceira vez da Marcha das Vadias e teve a companhia do namorado, Emerson Corsin, neste ano. “Os homens devem participar e apoiar o movimento das mulheres. No entanto, não podem ser os protagonistas”, pondera. “Estamos namorando há dois anos e esta é a primeira vez que venho acompanhá-la. Esta luta não pode ser separada. Os homens devem participar porque o machismo é muito grande e prejudica os homens também”, opina.