No comunicado conjunto da visita da presidenta Dilma
Rousseff à Washington, o Brasil e os Estados Unidos afirmam que os países
compartilham o entendimento de que a governança global da internet deve ser
transparente e inclusiva. O texto foi divulgado logo depois do encontro da
presidenta Dilma Rousseff e do presidente Barack Obama, na Casa Branca.
Em entrevista aos jornalistas no Salão Leste da Casa Branca, a presidenta foi indagada pela imprensa norte-americana sobre o tema da internet. Um jornalista lembrou que a presidenta cancelou uma visita que faria aos Estados Unidos, em 2013, depois das revelações do ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança, Edward Snowden, de que a própria presidenta e empresas brasileiras foram espionadas pelo governo norte-americano.
Perguntada se recebeu alguma garantia de que isso não voltaria a acontecer, Dilma Rousseff afirmou que o presidente Obama e o governo dos Estados Unidos declararam, em várias oportunidades, que não cometeriam mais atos de “intrusão em países amigos”. A presidenta disse ainda que “se fosse o caso de ele [Obama] precisar de alguma informação não pública sobre o Brasil, Obama me telefonaria”, completou.
O comunicado conjunto de Dilma e Obama diz ainda que governos, sociedade civil, setor privado e organizações internacionais devem fazer parte das políticas do setor para que a internet cumpra o potencial como ferramenta para o desenvolvimento econômico e social.
Os dois governos acertaram retomar a discussão sobre a cooperação bilateral em temas cibernéticos na 2ª Reunião do Grupo de Trabalho sobre Internet e Tecnologias da Informação e das Comunicações, prevista para o segundo semestre, em Brasília.
A reunião, de acordo com o comunicado conjunto, será uma
oportunidade para troca de experiências e a exploração de possibilidades de
cooperação em áreas como governo eletrônico, economia digital, segurança
cibernética, prevenção de crimes cibernéticos, atividades de capacitação, segurança
internacional no ciberespaço e pesquisa, desenvolvimento e inovação.