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Falar sobre delação premiada do dono da UTC é precipitado,diz Padilha

“Quem é que sabe o teor da delação premiada até agora? Ninguém sabe o que foi dito lá", diz ministro

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O ministro-chefe da Secretaria da Aviação Civil, Eliseu Padilha, que integra o núcleo de articulação política do governo, disse nesta segunda-feira (29) considerar precipitado avaliar as implicações do vazamento da delação premiada do presidente da empreiteira UTC, Ricardo Pessoa. No depoimento, Pessoa citou dois ministros próximos da presidenta Dilma Rousseff – o da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e o da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva – como beneficiários do esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

“Quem é que sabe o teor da delação premiada até agora? Ninguém sabe o que foi dito lá. Sabemos o que foi veiculado [na imprensa]. Na medida em que se tenha acesso a esse texto, aí os interessados poderão se manifestar. Eu penso que é precipitado falar sobre o que não se conhece. Conhecendo [o teor], aí quem tem que dar explicação deve dar explicação. Os ministros dizem ter plena tranquilidade, reagiram com veemência. Até que se possa provar em contrário, temos que admitir que eles têm razão”, disse o ministro.

Padilha participou de reunião com o presidente da República em exercício, Michel Temer, e com os ministros das Comunicações, Ricardo Berzoini; e da Casa Civil, Aloizio Mercadante; além do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), e do líder do PMDB no Senado, Eunício Oliveira (CE), para discutir as pautas de interesse do governo no Congresso, nesta semana. Com eles também a presidenta da Caixa Econômica Federal, Miriam Belchior.

Outro item da reunião foi o preenchimento dos cargos de segundo e terceiro escalões. “Estamos cuidando de liquidar a questão dos cargos de segundo escalão e começamos a estabelecer os critérios para o arbitramento que nós vamos fazer nos estados. Aí sim, [cuidaremos dos cargos] do terceiro escalão”, disse o ministro. Ele acrescentou que o governo quer fazer as nomeações em até 30 dias.

Segundo Padilha, Miriam Belchior detalhou os critérios que serão observados para as possíveis indicações na Caixa, tanto para as superintendências quanto para as vice-presidências. “As negociações estão avançadas. Para as superintendências, sempre serão indicações técnicas, porque são de carreira. Nas vice-presidências é possível que seja [alguém] de fora da Caixa, à medida em que tenha experiência na área específica para a qual esteja sendo indicado”, ressaltou.