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Em Congresso do PT, Cunha é hostilizado e propostas econômicas têm destaque

Cunha é citado como exemplo de sistema de presidencialismo de coalizão "fracassado"

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De Salvador - O terceiro e último dia do 5° Congresso do Partido dos Trabalhadores (PT) em Salvador, na Bahia, vota neste sábado (13) as emendas ao texto-base da Carta de Salvador, com as propostas de mudanças internas na sigla para nortear as ações para os próximos anos pelos diretórios nacionais. No final da noite desta sexta (12), o deputado Paulo Teixeira (PT/SP) conseguiu um acordo para ajustar uma tese apresentada pela CUT acerca do ajuste fiscal e a mudança na emenda foi conduzida à mesa de votação logo na abertura das atividades. Esta foi a única alteração na Carta que será incluída abaixo de um dos pontos dispostos no documento, na parte econômica. 

"É preciso conduzir a orientação geral da política econômica para implementação de estratégia para a retomada do crescimento, para a defesa do emprego, do salário, e demais direitos aos trabalhadores que permitam a ampliação das políticas sociais", diz o texto alterado no setor econômico. 

Um dos delegado petistas avaliou que a tendência política do encontro no final da noite desta sexta (12) seguia uma linha mais esquerdista, evitando tocar em pontos delicados das negociações que possam causar conflitos com a base aliada (PMDB). A sutil modificação no texto base da Carta de Salvador para tratar das questões econômicas podem confirmar esta análise. No entanto, durante a defesa de uma das teses referentes às alianças políticas para 2016, no plenário, o nome do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), foi citado como exemplo de um sistema de presidencialismo de coalizão "fracassado" e na plateia foram ouvidos os gritos de "Fora Cunha". Os delegados ainda destacaram que Cunha é da mesma sigla da articulação do governo, fazendo clara referência à Michel Temer . A militância do PT acusa Cunha de manter uma pauta conservadora no Congresso Nacional, a lei que regulariza a terceirização das atividades-fim.

No final, os delegados rejeitaram as propostas de mudanças no texto acerca da política de alianças, desta forma permanece o texto original da Carta. A ruptura com o PMDB foi proposta em teses, mas derrubada na votação pela corrente majoritária, que segue a recomendação de evitar as críticas diretas aos partidos aliados.

A proposta de mudança no sistema de eleição interna o PED acabou de ser derrubada e o método atual continua. Esta foi uma das votações mais acirradas, rendendo muitas discussões entre delegados. Começou com as opiniões divididas quase meio a meio.

O presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores, Ruy Falcão, tem agendada uma coletiva para às 13h30 deste sábado (13), quando devem ser encerradas as atividades do evento, para apresentar o resumo das principais decisões aprovadas em votação. A redação final deve ser divulgada pelo partido somente na próxima semana.

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