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Dilma diz que é impossível fazer ligação entre ela e corrupção na Petrobras

Em entrevista a TV francesa, presidente também falou sobre a corrupção no futebol

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Em entrevista ao canal francês TV France 24, que foi ao ar nesta segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff disse que é impossível fazer uma ligação entre ela e a corrupção na Petrobras. "Eu não estou ligada. Eu não respondo a esta questão porque eu não estou ligada. Eu sei que não estou nisso. É impossível. Eu lutarei até o fim para demonstrar que eu não estou ligada. Eu sei o que eu faço. E eu tenho uma história por trás de mim. Neste sentido, eu nunca tive uma única acusação contra mim por qualquer malfeito. Então, não é uma questão de ‘se’. Eu não estou ligada”, afirmou.

Dilma ressaltou ainda que o esquema de corrupção não pode ser chamado de “escândalo da Petrobras” porque “cinco funcionários” se envolveram nas irregularidades. A presidente disse também que o escândalo diz respeito a funcionários que se articularam com algumas diretorias e com alguns partidos para “obter benefícios”.

Na entrevista, a presidente também falou sobre o ajuste fiscal. "Quando as mudanças são necessárias, temos que ter coragem de fazê-las. É o que estamos fazendo. Estamos fazendo ajustes para voltar a crescer rápido", enfatizou. Segundo ela, o ajuste não paralisa o governo nem impede os investimentos na área de infraestrutura.

Dilma exalta Copa no Brasil em meio a escândalos da Fifa

Tratando a limpeza no futebol como essencial, a presidente garantiu empenhar-se para que os brasileiros envolvidos em corrupção paguem por seus supostos crimes. Na entrevista à TV francesa, ela exaltou a Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014 e vê a punição às ilegalidades como essencial.

"Para nós é muito importante, porque o Brasil é o país com mais títulos de Copa do Mundo e o país que no ano passado fez a Copa das Copas. E não há qualquer motivo para se engajar qualquer processo de corrupção (na escolha da sede de 2014)", disse Dilma, garantindo que se os Mundiais de África do Sul, Rússia e Catar estão sob suspeita, o brasileiro é limpo.

"Fizemos uma Copa do Mundo com nosso esforço e construímos um legado. Tudo que diz respeito a essa investigação é do maior interesse para o Brasil", acrescentou, esperando que as investigações esclareçam o envolvimento de brasileiros em possíveis crimes ligados à Fifa.

Entre os 14 indiciados pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos há duas semanas, por exemplo, está José Maria Marín. Ele está preso na Suíça e deve ser extraditado aos EUA para julgamento. Dilma Rousseff não chegou a mencioná-lo, mas espera que o processo se desenrole revelando os supostos comparsas do ex-presidente da CBF.

"Foi gerado muito dinheiro aqui, o que é bom para todo mundo, desde que seja feito de forma absolutamente transparente. O governo brasileiro tem todo o interesse em saber quem são os responsáveis, puni-los e garantir que o Brasil tenha um outro ambiente para o futebol", concluiu.

Nesta terça (9), Dilma embarcará para Bruxelas (Bélgica), onde participará nos dias 10 e 11 da Cúpula União Europeia, que reunirá líderes de países europeus e do continente americano. A presidente também falou à TV Deutsch Welle (Alemanha) e Le Soir Belgique (Bélgica).