ASSINE
search button

Corrupção na Fifa: Promotor do Rio não descarta mudança em processo de ingressos ilegais

MPE vai aguardar informações da Justiça americana para avaliar qualquer possível mudança

Compartilhar

O promotor do Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro (MPE), responsável pelas investigações das vendas ilegais de ingressos durante a Copa do Mundo de 2014 no país, Marcos Kac, disse nesta quarta (27) que vai aguardar as informações da Justiça americana para avaliar qualquer possível mudança no processo em andamento acerca do caso. Ele informa que a instrução do processo envolvendo o cunhado de Joseph Blatter, Raymond Whelan, preso pela polícia do Rio sob acusação de integrar uma quadrilha internacional, será em meados de junho. 

"Eles (procuradores americanos) estão avaliando contratos que não sabemos quais são. Vamos aguardar as comunicações oficiais para saber se vai haver alguma mudança [no processo em tramitação no MPE]", disse Kac. O executivo inglês da Match Services, Raymond Whelan, foi preso no dia 7 de julho de 2014, acusado de comandar uma quadrilha internacional de venda ilegal de ingressos e pacotes de luxo nas quatro últimas Copa do Mundo. Whelan já havia sido contratado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para ajudar na preparação da candidatura do Brasil para receber o Mundial, na administração de Ricardo Teixeira.

>> Executivo da Match, Ray Whelan foi contratado pela CBF na gestão de Teixeira

>> Os bastidores da Fifa nas vendas de ingressos para a Copa no mercado negro

Em fevereiro deste ano, a 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) decidiu pelo arquivamento da ação penal contra Whelan. A decisão seguiu voto dos desembargadores Fernando Antonio de Almeida e Luiz Noronha Dantas, este responsável pela lavratura do acórdão. No entanto, o processo continua contra os demais acusados.

>> TJRJ arquiva processo contra Raymond Whelan

Justiça da Suíça e dos EUA deflagaram uma operação nesta quarta e Marin está entre os detidos

O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin e outros seis dirigentes da Fifa foram presos nesta quarta (27) pela polícia suíça, em uma operação surpresa a pedido dos Estados Unidos. Eles estão sendo investigados pela Justiça norte-americana por suposto esquema de corrupção. O Departamento de Justiça dos EUA pediu a detenção de Marin, de Jeffrey Webb, Eduardo Li, Julio Rocha, Costas Takkas, Rafael Esquivel e Eugenio Figueredo. 

>> Marin, ex-presidente da CBF, e executivos da Fifa são presos por corrupção

>> Romário chama Marin de "corrupto e ladrão" e Del Nero de "safado e ordinário"

De acordo com fontes locais, pode chegar a 14 o número de acusados. Logo nas primeiras horas da manhã, a polícia suíça deflagrou uma operação no luxuoso hotel Baur au Lac, em Zurique, onde alguns dos cartolas estavam hospedados para o encontro anual de dirigentes da Fifa. No entanto, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, de 79 anos, não está entre os acusados.