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CPI da Petrobras ouve executivos acusados de corrupção

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A CPI da Petrobras ouve nesta terça-feira (26) três executivos de empresas acusadas de formação de cartel e pagamento de propina em contratos com a Petrobras.

Serão ouvidos João Ricardo Auler, presidente do Conselho de Administração da Camargo Corrêa ; José Adelmário Pinheiro Filho, presidente da Construtora OAS ; e Eduardo Hermelino Leite, vice-Presidente da Camargo Côrrea.

Auler chegou a ser preso pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, assim como o executivo Dalton Avancini, presidente da Camargo Corrêa. Avancini confirmou à CPI da Petrobras que a empreiteira pagou R$ 110 milhões em propina aos ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Renato Duque.

A Camargo Corrêa venceu licitações no valor de mais de R$ 6 bilhões para obras nas refinarias Getúlio Vargas, no Paraná, e Abreu e Lima, em Pernambuco. Avancini negou que a Camargo Correa tenha pago propina através de doações oficiais de campanha, mas admitiu que o dinheiro era destinado ao PP (por meio do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa) e ao PT (por meio do ex-diretor de Serviços Renato Duque). Já o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, conhecido como Leitoso, foi apontado por Avancini como responsável pelos contatos com os políticos e pagamento de propina a diretores da Petrobras.

Consórcio

A OAS e a Camargo Corrêa chegaram a formar um consórcio para a construção da Refinaria Henrique Lage (Revap), em São José dos Campos (SP). Segundo o empresário Júlio Camargo, apontado como intermediário dos contratos de várias empresas com a Petrobras, houve pagamento de propina para que a obra da refinaria fosse dirigida ao consórcio.

A refinaria estava orçada em R$ 1 bilhão e Camargo afirma ter pago R$ 6 milhões ao ex-diretor da Petrobras Renato Duque e ao ex-gerente de Tecnolocia Pedro Barusco. Segundo Camargo, a Camargo Corrêa pagou R$ 23,3 milhões a uma de suas empresas, a Treviso, para ele intermediar o negócio. Ele acusou Leite de controlar o pagamento das propinas aos funcionários da estatal.

José Adelmário Pinheiro Filho, conhecido como Leo Pinheiro, é presidente da Construtora OAS e foi denunciado pelo Ministério Público por lavagem de dinheiro e corrupção. As empresas do grupo OAS celebraram contratos com a Petrobras no valor de R$ 10 bilhões e 48 milhões de dólares entre 2005 e 2014.

Nesse período, foram identificadas transferências de R$ 7 milhões para contas controladas pelo doleiro Alberto Youssef – o que a polícia suspeita que seja uma maneira de pagar propinas. A empresa é acusada de pagar propina ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Por conta disso, o Ministério Público Federal pede que a OAS devolva aos cofres públicos R$ 988,7 milhões.