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'Movimentações ilícitas são difíceis de ser detectadas', diz secretário da Receita

Missão da Receita está na França coletando dados do caso SwissLeaks, segundo Rachid

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Durante audiência pública na CPI do HSBC, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, afirmou que a fiscalização do órgão trabalha com mais de 80 fontes de informações, fruto também de intercâmbios com outros órgãos públicos, mas que ainda assim as movimentações financeiras ilícitas continuam sendo "difíceis de ser detectadas".

Por essa razão Rachid defende a modernização da legislação de forma a tornar possível um acesso mais facilitado da fiscalização a este tipo de prática. O secretário reiterou que mais de 11 mil procedimentos fiscais conduzidos pelo órgão nos últimos anos revelaram evasões que chegaram a R$ 19 bilhões.

Em resposta a um questionamento do vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), o secretário da Receita informou ainda que uma equipe de funcionários do órgão já se encontra na França, em busca de compartilhamento de dados com o governo francês, que também investiga o caso. O secretário disse ainda que esta equipe trabalha em parceria com uma missão do Ministério Público Federal com o mesmo objetivo.

Outro participante da audiência, o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Gustavo Rodrigues, revelou que teve acesso a uma lista parcial de brasileiros com contas no HSBC suíço ainda em outubro.

Disse que a lista lhe foi apresentada por um jornalista participante do ICIJ (sigla em inglês para o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), mas que por provir de fonte ilícita, a fiscalização preferiu aguardar a publicação da reportagem.

"Era uma lista com 342 nomes, também apresentada à Receita. Até achávamos que era uma lista completa, mas na verdade era uma amostragem de mais de 8 mil nomes", informou.

Desde a publicação da reportagem em fevereiro, o Coaf também colabora com as investigações.

Com Agência Senado