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Mais de 50 cidades do Nordeste vivem colapso hídrico, diz ministro da Integração

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O ministro da Integração Nacional, Gilberto Occhi, disse nesta quarta-feira (1º) que 56 cidades do Nordeste vivem um colapso no abastecimento de água, mas esse número pode subir para 105. "Identificamos 56 cidades que hoje estão em colapso, sendo atendidas pelas prefeituras ou pelos governos estaduais. Nenhuma dessas é atendida pelo governo federal, mas como a situação está se ampliando, o governo federal pediu um levantamento e nós podemos chegar, dentro de uma avaliação, ao número de 105 cidades que estão ou poderão estar em colapso”, afirmou.

Occhi disse ainda que a situação dos reservatórios nas regiões Nordeste e Sudeste é crítica, mesmo após as chuvas. Segundo o ministro, em algumas cidades nordestinas, a população tem serviço de abastecimento de água a cada 15 dias, e já existe racionamento de energia nos municípios em colapso.

O ministro da Integração participou de uma entrevista coletiva com demais representantes do governo para apresentar dados sobre os reservatórios e a segurança hídrica no país. Participaram da coletiva a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu, e o diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, Carlos Nobre. 

A ministra do Meio Ambiente fez um apelo para que a população economize água. "As pessoas têm que ter a consciência de que o fato de ter chovido muito, mesmo entrando no período do inverno, ainda há o desafio de recuperar os reservatórios, porque o que choveu não foi suficiente para recuperar os reservatórios". Ela afirmou que se reunirá com o ministro da Secretaria de Comunicação Social, Edinho Silva, para elaborar uma campanha de uso consciente da água.

Izabella Teixeira anunciou que o governo vai lançar este ano o Plano Nacional de Adaptação, voltado para a segurança hídrica. 

Já o presidente da Agência Nacional de Águas, Vicente Andreu Guillo, disse que o quadro é “crítico”, apesar das chuvas registradas em fevereiro e março. Ele citou a recuperação de alguns reservatórios, como o do Sistema Cantareira, em São Paulo, mas lembrou que as vazões médias diárias ainda estão abaixo das médias históricas. 

E o diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, Carlos Nobre, afirmou que o volume de chuva no Sudeste, entre outubro do ano passado e março deste ano, correspondeu a cerca de 75% da média histórica. "As chuvas de outubro, período chuvoso, até março, foram em torno de 70% a 75 % dos valores médios históricos, com chuvas dentro da média nos meses de fevereiro e março, e muito abaixo da média de outubro a janeiro".