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Unesp decreta luto e adia provas após morte de aluno

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O diretor da Faculdade de Engenharia do campus da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru, Edson Antônio Capello Sousa, decretou nesta segunda-feira luto oficial por três dias e sinal de pesar pela morte do estudante Humberto Moura Fonseca, aluno do curso de engenharia elétrica. O jovem de 23 anos morreu por coma alcoólico durante uma festa organizada por repúblicas de estudantes em uma chácara, no último sábado. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu.

Segundo a assessoria da universidade, “o luto não significa necessariamente parar as atividades, mas sim um momento de respeito, reflexão e a tomada de consciência de cada um de nós”. Por isso as aulas não foram suspensas, mas os coordenadores dos cursos orientaram os docentes a não aplicarem provas nos três dias de luto.

O corpo do universitário foi levado para a cidade natal dele Passos, em Minas Gerais, e sepultado no cemitério municipal no início da noite de domingo. Na página de Humberto no Facebook ficou registrada uma infeliz coincidência. “Melhor morrer de vodka do que de tédio”, mencionou o estudante no campo “citações favoritas”.

Agravante 

O laudo necroscópico do Instituto Médico Legal (IML) que irá apontar a causa da morte do estudante só deve ficar pronto em 30 dias. Também foi pedido pela polícia um laudo toxicológico que poderá identificar a presença outras substâncias, além do álcool. O delegado que coordena as investigações, Kleber Granja, afirma que as evidências mostram que Humberto poderia ter uma doença no coração.

“Foi uma conversa informal que tive com o legista e ele me disse que havia a possibilidade, evidências de que a vítima tivesse uma cardiopatia. Mas não especificou de qual tipo, se era congênita ou se foi adquirida em relação ao consumo excessivo de álcool. E isso pode ter sido um agente complicador no caso do consumo muito maior de bebida alcoólica. Mas vamos aguardar o laudo oficial”, disse o delegado. “Mas é evidente que a ingestão excessiva de álcool foi o principal causador do óbito”.

Um vídeo que registra os últimos momentos de vida do universitário e mostra a competição de bebida alcoólica durante a festa será anexado ao inquérito. Dez pessoas já foram ouvidas e o delegado pretende colher ainda o depoimento dos três jovens que foram socorridos em estado grave. “Nas próximas horas vamos buscar colher informações sobre o estado de saúde deles e, assim que possível, ouvi-los”, concluiu.

Alunos internados 

A prefeitura de Bauru, responsável pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Ipiranga, para onde a maioria dos jovens que passaram mal durante a festa foram socorridos ainda não sabe precisar quantos deram entrada na unidade. Mas já está sendo feito um levantamento diante da repercussão do caso. 

Três estudantes que participaram da festa e também foram socorridos em estado grave continuam hospitalizados. Gabriela Alves Correia, 23 anos, segue internada no Hospital Estadual (HE). Já Juliana Tibúrcio Gomes, 19 anos, e Mateus Pierri Carvalho, que não teve a idade informada, continuam no hospital da Unimed. Tanto a instituição particular, quanto a Fundação para o Desenvolvimento Médico Hospitalar (Famesp) que administra o HE não detalharam o quadro de saúde dos jovens a pedido das famílias, que não autorizaram a divulgação de informações para a imprensa. Porém, em um comunicado enviado à reportagem do Terra, a assessoria de imprensa da Unesp afirma que os três estão “se recuperando bem”.