Lançada nesta quinta-feira (26), está prevista para ocorrer no fim do ano a Terceira Conferência Nacional de Juventude, com o tema As Várias Formas de Mudar o Brasil. Terá como principais objetivos discutir as novas formas de participação e expressão da juventude, a promoção do combate aos preconceitos, a participação dos jovens no ambiente digital e a aprovação do Primeiro Plano Nacional da Juventude.
Durante o lançamento, representantes de entidades ligadas aos jovens se manifestaram criticando, por meio de rap, as dificuldades pelas quais passam os jovens, como a desigualdade social e racial. Ao discursar, o secretário Nacional de Juventude, Gabriel Medina, disse que as manifestações promovidas no ano passado, conhecidas como "rolezinhos", representam que a juventude brasileira questiona o modelo de segurança pública e o direito à mobilidade dos cidadãos.
“A disseminação da violência que afeta as juventudes negras no nosso país é ainda um problema”, afirmou. Segundo Medina, as políticas para o segmento devem se voltar para o enfrentamento aos altos índices de violência da juventude nas periferias e para o reconhecimento das práticas não convencionais dos jovens de fazer política, com participações digitais, e nas ruas com saraus, projetos de extensão universitária, quilombos, dentre outros.
Para a presidenta do Conselho Nacional de Juventude, Ângela Guimarães, é preciso combater o genocídio da juventude negra. “Temos que ter ousadia, inovação, destemor da juventude para dizer que muito vale o que foi feito, mas temos que apontar para o futuro, continuar a inclusão educacional e econômica da juventude”, disse, citando os grandes desafios do país quando o assunto é juventude. “Um dos gargalos é que o Brasil é um dos países onde é inseguro ser jovem, [pois] 30 mil mortos por ano são incompatíveis com o futuro e com o projeto de sociedade que acreditamos”, enfatizou.
De acordo com o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, a organização para o evento, que culmina na primeira semana de dezembro, será uma “grande convocatória a um gigantesco diálogo”. “Nós estamos, no Palácio do Planalto, chamando a juventude brasileira para mudar o nosso país. Nessa terceira conferência, iremos trocar nossas propostas, renovaremos nossos compromissos com a agenda de mudanças. Isso nos entusiasma, nos anima, e tenho absoluta certeza que iremos mexer com o nosso país com a convocação que sai no dia de hoje”, ressaltou.
Em maio será iniciado o processo de organização da conferência, com encontros municipais e estaduais até que sejam priorizadas propostas e escolhidos delegados para representar cada região no evento nacional. De acordo com a Secretaria-Geral da Presidência, 800 mil jovens participaram das duas conferências anteriores, que aprovaram, dentre outros, o Plano Juventude Viva e o Estatuto da Juventude.