Representantes de diferentes partidos falaram ao Jornal do Brasil sobre a eleição no primeiro turno do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para presidente da Câmara. Cunha recebeu 267 votos, contra 136 do candidato do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP). O deputado Júlio Delgado (PSB-MG), que contou com o apoio do PSDB/PPS/PV, teve 100 votos. Já o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) recebeu apenas oito votos.
O deputado federal Miro Teixeira (PDT-RJ) prevê uma série de
dificuldades a serem enfrentadas: "Todo mandato é diferente dos
anteriores. E esse será bem diferente pela situação da própria vida nacional.
Nós estamos em meio a uma crise no setor elétrico, no abastecimento de água.
Somado a isso, temos as dificuldades nas áreas da saúde, segurança, habitação,
etc.
O que vem por aí, e não se sabe onde vai parar são as investigações na
Petrobras. Ou seja, será tudo muito mais diferente. Mas é preciso que se tenha uma
visão geral dos problemas e que se busque soluções. E isso vem do trabalho e do
empenho".
Cláudio Cajado, deputado federal do DEM da Bahia, afirmou que a eleição de
Eduardo Cunha mostra força e independência em relação ao governo. "Foi uma
vitória esperada, inclusive já no primeiro turno para aqueles que estão há mais
tempo na casa. Na minha opinião esse resultado deixa clara, sem dúvida, a
soberania do parlamento. Não podemos admitir nenhum tipo de subserviência.E
nosso representante eleito também não
poderia. O recado que foi dado é de independência, além de soberania e harmonia
com o poder executivo".
A deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ) lamentou a derrota do governo,
mas elogiou a postura de sua bancada: “Nós combatemos um bom combate. Trabalhamos
com compromisso e transparência. Lamentavelmente, o voto é secreto o que
permite uma série de manobras. Mas vamos manter nossos valores. Só espero que esse
parlamento não degringole. Eu acho que o cenário atual é ruim e negativo. Por isso
que agora temos que contar muito com a participação da sociedade para mantermos
nossa agenda e nossa luta”. Pepe Vargas, ministro da Secretaria de Relações Institucionais, mostrou
serenidade depois da derrota e confiança no diálogo: “Não há uma situação de conflito permanente.
Tenho certeza que, de agora em diante, o que vai ser levado em conta são as
propostas das matérias que serão apresentadas.”
>> Eduardo Cunha é eleito em primeiro turno presidente da Câmara com 267 votos