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ONS: restrições na transferência e aumento da demanda provocaram apagão

Corte determinado pelo ONS prejudicou fornecimento em 11 estados e no DF

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Em nota à imprensa, o Operador Nacional do Sistema (ONS) informou o 'apagão' verificado na tarde desta segunda-feira em várias regiões do país foi provocado por restrições na transferência de energia das regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, aliadas {a elevação da demanda no horário de pico. 

De acordo com o ONS, na sequência, ocorreu a perda de unidades geradoras nas usinas de Angra 1, Volta Grande, Amador Aguiar II, Sá Carvalho, Guilman Amorim, Canoas II, Viana e Linhares, todas no Sudeste; Cana Brava e São Salvador, no Centro-Oeste; Governador Ney Braga, no Sul, totalizando 2.200 MW.

Segundo a nota, a frequência elétrica caiu a valores da ordem de 59 Hz, quando o normal é 60 Hz. "Visando restabelecer a frequência elétrica às suas condições normais, o ONS adotou medidas operativas em conjunto com os agentes distribuidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, impactando menos de 5% da carga do Sistema. A partir das 15h45, a situação foi totalmente normalizada", conclui o Operador Nacional do Sistema.

Veja a nota na íntegra:

Nota à Imprensa (19/01/2015)

"No dia 19 de janeiro, a partir das 14h55, mesmo com folga de geração no Sistema Interligado Nacional (SIN), restrições na transferência de energia das Regiões Norte e Nordeste para o Sudeste, aliadas à elevação da demanda no horário de pico, provocaram a redução na frequência elétrica.

Na sequência, ocorreu a perda de unidades geradoras nas usinas Angra I, Volta Grande, Amador Aguiar II, Sá Carvalho, Guilman Amorim, Canoas II, Viana e Linhares (Sudeste); Cana Brava e São Salvador (Centro-Oeste); Governador Ney Braga (Sul); totalizando 2.200 MW. Com isso, a frequência elétrica caiu a valores da ordem de 59 Hz, quando o normal é 60 Hz.

Visando restabelecer a frequência elétrica às suas condições normais, o ONS adotou medidas operativas em conjunto com os agentes distribuidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, impactando menos de 5% da carga do Sistema. A partir das 15h45, a situação foi totalmente normalizada.

Amanhã, dia 20 de janeiro de 2015, às 14h30, no Rio de Janeiro, o ONS se reunirá com os agentes envolvidos para analisar a ocorrência".

Falta de energia afetou várias regiões do país

A orientação do Operador Nacional do Sistema, para que as distribuidoras de energia reduzissem o fornecimento de luz na tarde desta segunda, afetou as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Houve corte no fornecimento em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia.

O corte determinado pelo ONS foi de 3.000 MW em todo o país, o que representa 8% de tudo que é gerado de energia.

A Eletropaulo, distribuidora de energia em parte de São Paulo, informou em nota que cortou cerca de 700 Megawatts de energia, mas que seu centro de operações estava "acompanhando a situação e monitorando o sistema integrado por meio do ONS.

Por conta disso, duas estações da Linha Amarela 4 do metrô paulista ficaram fechadas em razão da falta de energia, segundo o Consórcio Via Quatro, que administra a linha. As estações Luz e República fecharam às 15h20. As demais estações da mesma linha (Paulista, Fradique Coutinho, Faria Lima, Pinheiros, e Butantan) operavam normalmente.

>> Crise energética exige modelos alternativos, alertam especialistas

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A falta de energia, segundo a concessionária, ocorreu na região da Luz, no centro da capital. Segundo a Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), as demais linhas da cidade operavam normalmente. A Linha Amarela 4 é a única concedida à iniciativa privada.

A Eletropaulo informou que restabeleceu a totalidade da carga de energia distribuída às 15h50. 

No Rio de Janeiro, a Light também informou que, a pedido do ONS, efetuou um corte seletivo de energia elétrica em vários pontos do município, principalmente nas zonas Norte e Oeste, além da Baixada Fluminense. No entanto, a empresa informou que às 16h20 o fornecimento foi normalizado. Também houve falta de energia em Niterói.

A Light disse que o alívio de carga  foi uma estratégia para manter o abastecimento em serviços essenciais como hospitais, transporte de massa (metrô e trens), grandes clientes industriais e para a Companhia Estadual de Abastecimento de Água (Cedae). 

A usina de Angra 1, no Rio de Janeiro, foi desligada automaticamente às 14h40, "por causa externa", segundo a administradora. Os motivos exatos que levaram ao problema, no entanto, ainda são desconhecidos.

No Distrito Federal também faltou luz na tarde desta segunda-feira. Em Goiás também houve corte de carga que afetou várias regiões, inclusive a capital. O serviço foi normalizado às 16h.

O corte seletivo de carga ocorreu dentro do denominado Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac), sistema de proteção coordenado pelo ONS, que determina às concessionárias de energia elétrica cortes em estágios, com o objetivo de preservar o fornecimento do sistema.