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Operação Terra Prometida: irmãos de ministro estão entre os investigados pela PF

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Foi deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (27), a operação Terra Prometida, que tem como um dos alvos de investigação Odair Geller e Milton Geller, irmãos do ministro da Agricultura. A ação tem o objetivo de coibir fraudes na concessão de áreas da União que foram destinadas à reforma agrária, bem como aos produtores rurais de empresários. O problema é que esses títulos são emitidos irregularmente.

Policiais estiveram na casa de Odair, em Lucas do Rio Verde (MT) e apreenderam documentos. O irmão de Neri Geller não estava no local. Os agentes também estiveram na residência de Milton Geller, em Nova Mutum, a 269 km da capital, mas não o encontraram. Já o ex-prefeito da cidade, Marino Franz, foi preso e levado à delegacia da Polícia Federal. Nem ele, nem sua advogada se manifestaram sobre o assunto.

A operação Terra Prometida ainda está em andamento. Foram expedidos 52 mandatos de prisão preventiva e 146 de busca e apreensão, que estão sendo cumpridos simultaneamente. Ainda não se sabe em qual dois tipos de mandato Odair Geller se enquadra. Todos as 146 buscas já foram cumpridas, mas nem todas as prisões preventivas foram efetivadas.

Outro homem foi preso, mas ainda não teve a identidade divulgada. Ele seria servidor do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Em Itanhangá foram cumpridos três mandatos de prisão, entre elas o vice-prefeito.

A Polícia Federal começou as investigações em 2010. Hoje, a fraude está avaliada em R$ 1 bilhão. Foram indentificadas irregularidades na concessão e manutenção de lotes destinados à reforma agrária. Segundo a PF, cerca de 80 fazendeiros ocuparam cerca de mil lotes da União. Um deles teria obtido 55 lotes e regularizado essas áreas com o apoio de servidores do Incra.

O esquema seria operado por pessoas ligadas ao Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Itanhangá e ao serviço social da prefeitura. Em nome dos fazendeiros eram elaboradas listas com nomes de laranjas e cartas de desistência e declarações de aptidão ao Incra eram falsificadas para burlar a lei. A quadrilha também falsificou documentos, simulou vistorias a fraudou termos informações para manter o esquema.

A Polícia Federal está cumprindo os mandados em Cuiabá, Várzea Grande, Nova Mutum, Diamantino, Lucas do Rio Verde, Itanhangá, Ipiranga do Norte, Sorriso, Tapurah e Campo Verde. Segundo as investigações, pessoas ligadas ao agronegócio usavam de influência e poder econômico para coagir terceiros para obter os lotes. O grupo, inclusive, usava força física para invadir terras ou comprar a preços abaixo do mercado. Para isso, tinham o auxílio de servidores do Incra e das câmaras de vereadores e da prefeitura dos municípios.