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Duque nega conhecimento de pagamentos de propina na Petrobras

Ex-diretor alega que R$ 1,6 milhão recebido da UTC era para serviços de consultoria

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O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, preso na Operação Lava Jato da Polícia Federal, negou ter participado de qualquer esquema de propina na Petrobras. Ele prestou depoimento aos policiais na Superintendência da PF, em Curitiba, onde está desde sexta-feira (14). Ele confirmou, contudo, que recebeu R$ 1,6 milhão da construtora UTC, mas para serviços de consultoria.

Sua defesa havia entrado com pedido de habeas corpus, que foi negado na noite desta quinta-feira (20) pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), com sede em Porto Alegre. Duque foi preso na sexta-feira (14) em sua casa no Rio de Janeiro e levado para a sede da Polícia Federal, em Curitiba. 

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Alexandre Lopes, advogado de Duque, alega que a prisão do ex-diretor é "injustificada e desproporcional". Para o relator, desembargador federal João Pedro Gebran Neto, contudo, “justifica-se a adoção da prisão preventiva como forma de garantir a ordem pública, em face do risco de reiteração criminosa”. Para o juiz Sergio Moro, Duque mantém "verdadeira fortuna" em contas bancárias no exterior. Procuradores pretendem viajar à Europa para encontrar provas de depósitos de Duque.

No depoimento à PF, Duque informou que abriu uma empresa de consultoria na véspera de se aposentar da estatal, mas que teria deixado a empresa devido à aposentadoria do INSS. Questionado sobre a existência de um cartel de empresas, ele negou ter conhecimento e salientou que as licitações passavam pela Gerência de Orçamentos, que verificava os valores de cada obra. Sobre o superfaturamento que existiria para repasse a partidos políticos, indicado pelo ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, Duque declarou que duvida que este tenha feito tal declaração.

Fernando Baiano, Pedro Barusco e Vaccari Neto

Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, que seria o operador do PMDB no esquema, deveria prestar depoimento nesta quinta-feira mas só deve se apresentar durante a tarde desta sexta-feira (21). Em seu depoimento à PF, Duque disse que conheceu o Baiano em um restaurante, por intermédio de outra pessoa, mas não disse quando e em quais circunstâncias, e ainda que teria sido a única vez em que esteve com ele.

Duque também negou que tivesse conhecimento de que seu subordinado, Pedro Barusco, recebia propina ou tivesse contas bancárias no exterior. Sobre outros indicados durante a investigação, disse que se encontrava com Júlio Camargo, mas para tratar de assuntos pessoais, e que esteve algumas vezes com o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, mas que nunca o viu na sede da Petrobras.

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