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Diretor da Petrobras nega relações com Paulo Roberto Costa

José Carlos Cosenza também negou conhecer o doleiro Alberto Youssef

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O diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, negou em depoimento à CPI Mista da Petrobras, nesta quarta-feira (29), ter qualquer tipo de envolvimento em um esquema de corrupção na estatal de petróleo. Cosenza também assegurou que não conhece o doleiro Alberto Youssef, nem o deputado Luiz Argôlo (SDD-BA). De acordo com notícias publicadas em jornais, a Polícia Federal suspeita que Argôlo agendou um encontro entre Cosenza e Youssef. "Nunca vi essa pessoa (Argôlo) na minha frente e nunca vi o Alberto Youssef".

Apesar de pressionado por diferentes parlamentares da oposição, Cosenza, que admitiu ter recebido treinamento para depor à CPI, disse que em 38 anos de Petrobras nunca ouviu falar de pagamento de propina a funcionários da empresa. Declarou também que nunca soube que dinheiro de contratos superfaturados tenha sido repassado a partidos políticos. Assentiu, porém, que se reuniu duas vezes com Paulo Roberto Costa, a quem substituiu na Diretoria de Abastecimento. Foram ainda três conversas ao telefone entre os dois, mas nenhuma troca de e-mails.

"Estive duas vezes com ele. A primeira reunião foi logo depois da passagem de serviço. Tratamos de algumas dúvidas que eu fiquei sobre alguns temas da área de Abastecimento. O segundo evento foi muito tempo depois e ele levou uma proposta sobre as minirrefinarias", explicou.

O diretor de Abastecimento informou que não houve, por enquanto, punições na Petrobras por conta das denúncias de irregularidades. Contou que há duas comissões internas investigando as operações financeiras da empresa, além de a estatal estar buscando informações na Polícia Federal, Ministério Público e Tribunal de Contas da União.

"Nós já identificamos vários contratos que estão sob análise das duas comissões. Estamos esperando o resultado das comissões para tomar as ações necessárias", disse Cosenza.

O líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA) afirmou estar abismado com o fato de, após quase dois anos de denúncias, a Petrobras não ter tomado providências para punir ou afastar funcionários suspeitos de envolvimento com irregularidades. O deputado também criticou a insistência de Cosenza em negar saber de esquemas de propina.

"Fica difícil para os brasileiros imaginarem que um homem com 38 anos de Petrobras chegue aqui e diga que não sabia de nada e continua sem saber de nada", criticou.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), pediu uma avaliação fria do futuro da CPI Mista da Petrobras. Segundo ele, a comissão precisa saber aonde quer chegar. Além disso, Costa acredita que sem o conteúdo das delações premiadas as investigações não vão avançar muito.

"O mais importante é que a Câmara e o Senado comecem a se preparar para tomar as decisões depois do resultado dessas investigações.  Sou favorável que possamos fazer a prorrogação desta CPI, se a prorrogação tiver condição de produzir mais algum fato novo e não simplesmente reproduzir um debate político", disse.


Com Agência Senado