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Jovem morre após ser espancado por PM em São Paulo

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A Polícia Civil de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, apura o caso de um jovem de 18 anos que morreu após ser agredido por um policial militar na frente da casa da namorada. A agressão ocorreu no começo da noite de segunda-feira, dia 15, quando o PM teria flagrado o eletricista Aleksander Domingos Pinto Menezes com um cigarro de maconha.

O rapaz teria sido agredido com socos, pontapés e coronhadas, que causaram ferimentos em sua cabeça. A família procurou a polícia ainda na noite de segunda-feira. O rapaz foi internado, mas morreu no dia seguinte. Entretanto, por falta de funcionários, o corpo só foi liberado no começo da tarde desta quarta-feira, após ficar por mais de 20 horas no Instituto Médico Legal (IML). O sepultamento estava previsto para ocorrer às 17h, no cemitério São João Batista, em Rio Preto.

A namorada de Aleksander, de 14 anos, contou à polícia que o PM apontou a arma para a cabeça dela e agrediu o namorado com chutes, socos e coronhadas e não parou nem mesmo quando o rapaz caiu. “A mãe dele tentou apartar, mas ele a empurrou e continuou espancando meu namorado”, contou. A mãe da garota, a doméstica Sônia Regina Vieira, que não estava em casa, disse que é inquilina da mãe do PM que mora ao lado de sua casa.

“Ele (PM) também é pai, tem filho recém-nascido. Mas não tem dignidade para vestir uma farda. É um monstro, que acabou com a vida da minha filha, com a vida do namorado dela, com a minha vida, com a vida da mãe e da família desse rapaz, com a vida de todos nós”, desabafou Sônia.

“Não tenho dúvidas de que o menino morreu em consequência dos ferimentos sofridos pelas agressões”, afirmou. “Tem um vídeo na internet que mostra como ele estava mal”, completou. Após as agressões, Aleksander passou mal, com fortes dores na cabeça, foi internado em serviços de saúde, mas retornou para casa. De madrugada voltou a ser internado, para não mais voltar.

O delegado titular do 7° DP de Rio Preto, Renato Pupo, disse que identificou o PM e que enviou um ofício ao comando da corporação para ouvi-lo. O delegado também disse que vai ouvir ainda esta semana a namorada, parentes da vítima e outras testemunhas incluindo Sônia e a filha.

Segundo ele, apenas o laudo necroscópico poderá dizer se Aleksander morreu mesmo em consequência das agressões. Inicialmente, os médicos levantaram a hipótese de o rapaz ter sido vítima de meningite ou dengue, mas depois do óbito, a família exigiu a realização de autópsia, cujos resultados deverão confirmar se a morte foi causada pelas agressões, como as coronhadas que causaram ferimentos na cabeça de Aleksander.