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Delegado sugere que assassino de Glauco é dissimulado 

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A polícia civil de Goiás informou que há provas que vinculam Carlos Eduardo Sundsfeld Nunes, conhecido como Cadu, assassino confesso do cartunista Glauco Vilas Boas e do filho dele, Raoni Vilas Boas, em 2010, a dois crimes cometidos na última quinta-feira.

De acordo com o delegado, Cadu, preso ontem em Goiânia, em uma quadrilha de roubo de carros, está envolvido na tentativa de latrocínio ocorrida na quinta-feira passada contra o agente prisional Marcos Vinícius Lemes D’Abadia, 45 anos, e no latrocínio contra Mateus Morais Pinheiro, de 21 anos, no último domingo, 31. Os dois crimes aconteceram no Setor Bueno, bairro nobre de Goiânia. O agente prisional está em estado grave no Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo).

“De acordo com testemunhas, ele é o homem que abordou a vítima Marcos Vinícius e que efetuou os disparos”, disse. Ainda de acordo como delegado, há filmagens que mostram, claramente, a ação criminosa. “A vítima reage ao roubo do seu carro, um Volkswagen Saveiro, e nesse momento acaba sendo alvejada”, descreveu.

Do crime ocorrido no domingo, a polícia tem provas apenas de que Cadu estava com o veículo da vítima, um Honda Civic branco, roubado no dias anterior. “Ele portava um revólver com características semelhantes às informadas por uma das testemunhas”, disse.  Cadu nega ter tido participação nos dois latrocínios, mas confirma que sabia da procedência ilícita do veículo.

“Nós sabemos que ele faz parte de uma quadrilha de roubo de veículos. Outras informações sobre isso nós não podemos passar porque a investigação ainda prossegue”, disse o delegado Tiago Damaceno, responsável pela investigação, em coletiva de imprensa.

Cadu e Ricardo Pimenta Andrade Júnior, de 33 anos, foram apresentados à imprensa nesta terça-feira na Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH). Segundo o delegado, ele será mantido preso em flagrante e encaminhado para o Núcleo de Custódia em breve, para só posteriormente ser conduzido ao Poder Judiciário. “A princípio não chegou nada aqui para a gente sobre a inimputabilidade dele”, disse o delegado, se referindo a condição de esquizofrênico de Cadu.

Sobre as reações de Cadu após ser preso, o delegado disse que o comportamento do suspeito demonstra que ele não age em sã consciência. “É uma pessoa desequilibrada, que altera, oscila, o humor muito rapidamente. Mas estas são questões que terão que ser analisadas pelo juiz”, disse. “Ele parece ser mais dissimulado do que propriamente deficiente mental. Eu não sei diagnosticar, mas creio que ele não tem condições de conviver em sociedade”, disse.

Mais crimes 

A polícia vai ouvir mais testemunhas e aguarda também o exame de balística envolvendo a bala encontrada no corpo da vítima e o revólver encontrado com Cadu.

O delegado Tiago Damasceno confirmou que o pai de Cadu levou colchão e remédios, além dos remédios controlados, para o filho durante uma visita feita na última segunda-feira.

O delegado disse, ainda, que a polícia suspeita que Cadu esteja envolvido em mais crimes que os dois que já estão sendo investigados. “Inclusive tem uma vítima que esteve aqui na delegacia e que já o reconheceu como sendo autor do roubo de um veículo", afirmou.