O jornal espanhol El País, publicou neste domingo (31), uma reportagem comentando o desempenho de Dilma Rousseff nas pesquisas eleitorais. A matéria intitulada “Lula tem a chave do segundo mandato” faz elogios ao petista e analisa o cenário político brasileiro. A publicação começa falando que há dois meses o PT tinha certeza que o fraco desempenho da economia não seria um obstáculo para a reeleição de Dilma, que tinha o apoio do “carismático” Luiz Inácio Lula da Silva, que o jornal define como “líder do PT”.
O El País segue dizendo que, após a morte de Eduardo Campos, Marina Silva se lançou como candidata e, agora, seria uma “ameaça” para Dilma. Assim, para o jornal, a vitória de Dilma no segundo turno depende inteiramente da capacidade de Lula, que chama de “verdadeira força” e classifica como “mais bem preparado para governar o país”. A reportagem diz que Lula teria que forçar uma vitória para que Dilma conseguisse se reeleger.
Ainda segundo a matéria, Lula precisará desconstruir a imagem de Marina Silva. A publicação sugere que Marina é considerada a “encarnação feminina” de Lula. Assim, o El País considera, que Marina não poderia atacar o governo Lula, de quem foi Ministra do Meio Ambiente. O texto contrapõe dizendo que Lula também não poderia atacar Marina, já que convidou Marina para fazer parte de seu governo. O texto segue dizendo que Lula também não poderia atacar a falta de experiência de Marina, uma vez que chegou ao poder sem esse atributo.
O jornal compara o quadro político de 2003 com o atual momento e diz que, naquela época, os brasileiros estavam com “anseio de mudanças”, assim como hoje. Para o El País, Marina encarna o desejo de mudança e terá o apoio de Lula caso vença a eleição. Em seguida, a reportagem afirma que, caso Lula consiga a vitória de Dilma, não precisaria voltar à corrida eleitoral, uma vez que teria mostrado que, no Brasil, ainda é “um mito da sagacidade política”. Por fim, para o El País, caso Lula estivesse disputando o governo com Marina, não haveria um duelo já que a atual candidata do PSB é uma espécie de filha política do petista.