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The Wall Street Journal: Lula apoia Dilma na tentativa de manter PT no poder

Apoio pode ser importante para Dilma, que vem diminuindo sua vantagem na corrida presidencial

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O The Wall Street Journal avaliou em matéria desta terça-feira (29) o papel desempenhado pelo ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva na campanha da presidente e candidata a reeleição Dilma Rousseff. De acordo com o jornal nova-iorquino, Lula tem agido justamente como um homem em campanha eleitoral. O ex-líder estaria atravessando o país apertando mãos, posando para fotos e relembrando realizações passadas. A diferença é que, de acordo com o jornal, o ex-metalúrgico trocou o seu papel de candidato para cumprir uma nova missão: garantir a reeleição de Dilma Rousseff, que vem perdendo a ampla vantagem sobre os principais opositores na campanha presidencial.

O jornal diz que o ex-presidente ainda é bastante popular em um Brasil que teria experimentado um boom econômico durante seus oito anos de mandato. A matéria aponta que Lula aparece frequentemente ao lado de Dilma e lembra do apoio que Lula oferta à aliada política. No episódio do jogo de abertura da Copa do Mundo, quando Dilma foi vaiada pelos torcedores no estádio, Lula teria ido a público para defendê-la e repreender os ofensores.

A necessidade de Lula como figura representativa surgiria em um momento de economia em baixa e desejo de mudança pelo eleitorado, como o jornal aponta. Lula seria eficiente em lembrar às multidões das conquistas do Partido dos Trabalhadores (PT), como o baixo índice de desemprego, a classe média crescente e o maior acesso ao ensino superior.

A matéria diz que desde deixou a presidência da República em 2010, Lula tem utilizado seu Instituto Lula, entidade sem fins lucrativos em São Paulo, para tocar projetos culturais e sociais. Segundo o jornal norte-americano, até o ano passado, o ex-presidente mantinha-se afastado do cenário político propriamente dito. Isso teria mudado essa postura após a diminuição da margem de liderança petista na corrida presidencial.

Embora as pesquisas mais recentes mostrem uma vantagem de dois dígitos para Dilma no primeiro turno, dados apontam para uma diferença muito pequena entre Dilma e o candidato Aécio Neves, do Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB), em um eventual segundo turno. Apoiando a base eleitoral do seu partido, Lula tem feito aparições públicas vinculado a outro candidatos além de Dilma, como por exemplo Alexandre Padilha, que concorre ao governo de São Paulo.

O The Wall Street Journal diz não estar claro ainda se a popularidade duradoura de Lula pode ajudar efetivamente Dilma a afastar a oposição, visto que alguns meses atrás suas perspectivas de reeleição pareciam asseguradas. O jornal lembra que a inflação segue elevada em quase 7%, além da previsão de uma fraca expansão do PIB, possivelmente inferior a 1%. Dilma teria prometido que, se reeleita, iria implementar grandes reformas econômicas para impulsionar o crescimento brasileiro, mas teve problemas em ganhar a confiança de investidores na economia estagnada do país.

*do projeto de estágio do JB