O deputado José Augusto Maia (Pros) acusa seu partido e o PP de terem oferecido propina em troca de apoio ao candidato de Eduardo Campo (PSB) ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara. Maia, que não teria aceitado a proposta de integrar a coligação, não quis informar o valor da "vantagem financeira", alegando não ter provas e se referindo a uma "proposta indecorosa", mas teria informado a outros deputados que se tratava de um montante de R$ 6 milhões. As informações foram publicadas na Folha de S. Paulo nesta quarta-feira (23).
A oferta teria sido feita diretamente pelo presidente nacional do Pros, Eurípedes Jr., e pelo líder da bancada do PP na Câmara, Eduardo da Fonte. Maia foi afastado da chefia do Pros em Pernambuco. Ele apoiava Armando Monteiro (PTB) ao governo do Estado e pretende informar os valores da propina à justiça.
"Estou dizendo que foi uma proposta, com outras palavras, de vantagem financeira. Não estou dizendo as cifras, mas para bom entendedor o silêncio é o bastante, né? No juízo eu quero, aí eu vou dizer", disse Maia à Folha de S. Paulo.
Os políticos citados por Maia ao jornal paulista negaram as informações, assim como a campanha eleitoral de Paulo Câmara. Eduardo Campos não quis comentar. Câmara foi secretário da Fazenda no governo de Eduardo Campos em Pernambuco.
Maia já havia comentado sobre a proposta na tribuna da Câmara na última quinta-feira (17), afirmando que havia sido destituído do Pros por não aceitar fazer parte da coligação do candidato de Campos. O valor da proposta teria circulado em um papel durante uma reunião, em um hotel em Recife, no dia 12 de junho. No mesmo dia, Maia foi destituído e seu partido anunciou apoio ao PSB, que deve conferir a este mais de 1 minuto e meio na propaganda eleitoral na TV. Uma outra proposta teria sido feita em reunião posterior, do PP, no dia 16 de junho.