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Marco Aurélio: STF precisa "resgatar valores" da sua chefia

Ministro mais antigo faz reparos à atuação de Barbosa

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O ministro Joaquim Barbosa não ficou até o fim da última sessão plenária da qual participou, na manhã desta terça-feira (1/6). Deixou a presidência dos trabalhos depois de proferir um voto-vista num recurso extraordinário. Assim, não ouviu a saudação feita ao atual vice-presidente, Ricardo Lewandowski, pelo ministro mais antigo, Marco Aurélio, que afirmou a certa altura: “Precisamos resgatar valores da liturgia dessa chefia. Vossa Excelência saiba que terá todo o apoio na coordenação dos trabalhos do Supremo Tribunal Federal, do Conselho Nacional de Justiça e da chefia do Poder Judiciário”.

A manifestação de Marco Aurélio foi entendida como referência indireta à gestão de Joaquim Barbosa na presidência do tribunal. Após a sessão, ele assim respondeu a uma pergunta dos repórteres sobre se ele se referia à liturgia do cargo, que não teria sido respeitada pelo presidente que pediu aposentadoria antes do fim do seu mandato:  “Há uma liturgia que precisa ser observada. As instituições crescem quando nós proclamamos valores. Quando nós observamos a necessidade de manter o alto nível. O grande público acompanhou os trabalhos do tribunal. E não preciso dar resposta a esse questionamento”.

Marco Aurélio admitiu, no entanto, que “precisamos voltar ao padrão anterior, que não é só o da Fifa, mas que deve ser também das instituições brasileiras “. E completou: “Esse padrão ficou arranhado na última gestão”.

Ainda sobre a gestão de Joaquim Barbosa na presidência do STF e a sua atuação como relator da Ação Penal 470, o segundo mais antigo ministro do Supremo, e ex-presidente da corte, afirmou:

“Reconheço que ele passa a historia como relator da ação penal 470. Mas a ação penal não foi julgada apenas pelo ministro Joaquim Barbosa. Ele poderia realmente demonstrar um apego maior ao oficio judicante permanecendo mais tempo no tribunal e até mesmo completando o biênio. Eu não me lembro de um outro presidente ter renunciado à própria presidência”.