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Tropa de Choque expulsa grevistas de estação do Metrô de SP

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Funcionários do Metrô de São Paulo que ocupavam a estação Ana Rosa, que atende as linhas 1 – Azul e 2 – Verde, para a realização de um piquete foram expulsos pela Tropa de Choque da Polícia Militar na manhã desta sexta-feira (6).

Os metroviários estavam no local desde o horário em que a estação deveria ser aberta, às 4h40. A PM chegou ao local cerca de uma hora depois. Apesar de inicialmente não ocorrer nenhuma movimentação, perto das 6h40 a Tropa de Choque foi acionada e, por meio de bombas de efeito moral e golpes de cassetete, os metroviários foram expulsos do local.

José Carlos dos Santos, eletricista do Metrô, ficou ferido na perna por estilhaços de uma bomba. "A gente já estava saindo, e eles (policiais) vieram com agressão. Tenho 30 anos de Metrô, e eles vêm aqui e fazem isso", disse dos Santos.

A intenção dos funcionários era impedir a abertura da estação e que o plano de contingência do Metrô fosse acionado, pois, de acordo os manifestantes, o pessoal que seria deslocado para este plano não está acostumado nem devidamente qualificado para operar o sistema, e também para não tirar a força da greve.

>> Metrô obriga supervisores a furar greve, diz sindicalista

"A gente vai garantir que os supervisores, que ontem foram obrigados pela empresa a furar a greve, que eles não trabalhem hoje. Eles não têm condições psicológicas. Agora, o governo mandou a PM até aqui para coibir o nosso piquete", afirmou Celina Maranhão, diretora do sindicato.

Segundo Raimundo Cordeiro, também diretor do sindicato da categoria, os supervisores se reuniram e decidiram que não vão trabalhar e irão aderir à greve. "Eles (supervisores) não têm experiência na condução. Estamos fazendo isso também para proteger a população", explicou Celina.

A estação Bresser-Mooca, na linha 3 – Vermelha, também foi ocupada na madrugada desta sexta-feira para a realização de piquetes, assim como aconteceu na Ana Rosa.

Assim como aconteceu ontem, as linhas 1 – Azul, 2 – Verde, 3 – Vermelha e 5 – Lilás amanheceram paralisadas nesta sexta-feira. Apenas a linha 4 – Amarela, de iniciativa privada, teve seu início de operação normal. Às 5h30, o Metrô informou que a linha 5 - Lilás passou operar normalmente.

Plano de contingência

Segundo o Metrô informou, o plano de contingência adotado utiliza toda a estrutura existente: a operacional, composta por supervisores e gerentes, e também o pessoal administrativo, em nível gerencial, que vai às estações vender bilhetes e auxiliar os usuários. "Trata-se de um grupo que está preparado para atuar nesses momentos", informou o Metrô. Porém, os engenheiros da empresa anunciaram que também estão em greve, em apoio aos metroviários.

O Metrô diz ainda que "quem opera os trens são pessoas qualificadas, que trabalham na área de operação, ex-operadores, instrutores, monitores, pessoas que dão treinamento e que lidam com a operação".

TRT mantém liminar

Na noite de ontem, o Núcleo de Conciliação do Tribunal Regional do Trabalho manteve a liminar que determina a manutenção de 100% do funcionamento do Metrô nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e de 70% nos demais horários de operação. O descumprimento da ordem judicial culminará em aplicação de multa diária de R$ 100 mil. A desembargadora Rilma Aparecida Hemetério, vice-presidente do TRT, que presidiu a reunião, recomendou que o Sindicato dos Metroviários mantenha a cláusula de paz acertada durante as negociações.