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CPI: rota do turismo sexual passaria por rio que vai de Macapá a Manaus

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Em diligência, nesta sexta, no Pará, para apurar denúncias de que meninas de até 12 anos são levadas para dentro de embarcações e abusadas sexualmente, a CPI da Exploração Sexual fez uma audiência pública na Câmara de Vereadores de Breves. Um conselheiro tutelar disse à relatora da CPI, deputada federal Liliam Sá (PROS-RJ) e presidente, deputada federal Érika Kokay (PT-DF), que a rota do turismo sexual acontece no Rio Buiussu que passa por Macapá até Manaus. A rota também passaria pelo Rio Tajapuru, em Breves. "Essas rotas precisam ser fiscalizadas, já que são a porta de entrada e saída de crianças e adolescentes para o turismo sexual. A falta de certidão de nascimento facilita essa rota criminosa", afirmou Liliam Sá.

Conselheiros tutelares reclamaram da falta de um IML na cidade. Para fazer o exame, as vítimas têm que ir de avião para Belém.  A falta de estrutura para o combate à violência infantil é total. A relação é de um policial para cada 1.250 habitantes. Breves tem 100 mil habitantes.

Pela manhã, a CPI fez audiência na OAB em Belém onde a  desembargadora do Tribunal de Justiça do Pará Odete Silva informou que, em 2011, havia, na cidade, 129 processos de crimes sexuais contra crianças e adolescentes e que; em 2012, foram 159; em 2013 havia 195 e, de janeiro a maio deste ano, já são 202.        

Só no Conselho Tutelar do bairro de Marambaia, em Belém, foram registradas 318 denúncias de abuso sexual no ano passado. Segundo a coordenadora do Programa Pro Paz do governo do Estado, Eugênia Araújo, foram registrados 11 mil casos de abuso sexual de 2004 a 2012 no Pará. Apenas no ano passado, foram 1.749.

O deputado estadual Carlos Bordalo denunciou que, na fronteira entre Oiapoque e Macapá, há uma boate aonde os aliciadores vão escolher as melhores meninas para levar de barco para o Nordeste.

A delegada Simone Edoron, diretora de grupos vulneráveis da Polícia Civil do Pará, disse que há falta de pessoal nas delegacias e que elas não conseguem atender a demanda. Os laudos periciais demoram até 90 dias e o psicológico de 2 a 8 meses. Segundo a delegada, a falta de pessoal tem dificultado a finalização dos inquéritos."É um absurdo que crianças e adolescentes sejam abusadas sexualmente, todo mundo sabe e ninguém faz nada. Mais uma vez, a falta de estrutura das delegacias e a demora dos laudos prejudicam a prisão dos culpados", declarou a deputada Liliam Sá.