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Aécio responde declarações de Marina, que volta a criticar discurso político

Ex-ministra disse que tucano tem "cheiro de derrota", que afirmou ser especialista em derrotar o PT

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Em entrevista à Folha de São Paulo publicada nesta quinta-feira (8), a ex-ministra Marina Silva declarou que o PSDB de Aécio Neves(PSDB-MG), pré-candidato à presidência, já entrou na disputa com o "cheiro da derrota" no segundo turno. Para ela, Eduardo Campos (PSB-PE), candidato do qual ela é vice, é, “sem dúvida”, mais competitivo do que Aécio. Em resposta, Aécio declarou que não vai cair na armadilha do PT, cujo objetivo seria “dividir as oposições”.

Marina voltou a criticar na tarde desta quinta-feira (8) o discurso que vem sendo travado para as eleições, sem reconhecer o legado dos partidos concorrentes e forçando semelhanças entre candidatos, que possuiriam identidades e propostas próprias. O candidato tucano tentou aproximação de Campos durante evento na Bahia, na semana passada. 

"Nós vamos dialogar com os dois legados. O legado do PT, o legado do PSDB, e não temos medo de aceitar isso. O grande atraso nesse processo todo é que as forças acham que vão começar tudo do zero, o tempo todo, sem reconhecer que tivemos conquistas, que as conquistas não são mais dos partidos, elas são da sociedade, que a gente precisa ter uma nova agenda e em cima dessa agenda a gente poder dialogar para ter uma base mínima de sustentação para o que é estratégico. É estratégico o investimento para infraestrutura. É estratégico recuperar credibilidade para que se volte a investir no Brasil, para que se possa chamar a atenção dos grandes investidores para os grandes projetos que nós precisamos realizar. Isso é que é importante", ressaltou Marina. 

Em entrevista à Folha, ela tinha destacado que Campos tem uma vertente progressista, que respeita os direitos sociais e não busca caminhos fáceis “como reduzir a maioridade penal e as conquistas dos trabalhadores”. Na tarde de hoje, voltou a ressaltar as diferenças entre os dois candidatos. 

"Essa tentativa de querer homogenizar as propostas no primeiro turno, no meu ponto de vista, ela é contrária ao próprio segundo turno. Porque no primeiro turno os projetos têm que se colocar na sua originalidade, com as suas diferenças. É claro que a presidente Dilma protagoniza um processo, o PSDB outro, a Aliança que nós fizemos, Rede, PSB e PPS, tem uma uma outra contribuição. (...) obviamente, quando alguém tem uma certa ansiedade de dizer que é tudo igual, é porque sabe mais que ninguém que existem diferenças, isso que eu quis evidenciar na minha fala [para a Folha de São Paulo]", salientou Marina.

Aécio declarou que as divergências são claras, mas que isso não impede as semelhanças. “Não devemos ter receio de debater e discutir essas divergências, como não devemos também ter receio de mostrar as nossas convergências. Na campanha isso vai ficar absolutamente claro”, declarou em nota enviada pela assessoria de imprensa.

Marina também declarou que “o PT já aprendeu que a melhor forma de ganhar é contra o PSDB”. Aécio, por sua vez, ressaltou que a decisão é dos eleitores “O que posso dizer é que, ao longo desses últimos 15 anos, se eu me especializei em alguma coisa, foi em derrotar o PT sucessivamente. Acho que ninguém tem hoje no Brasil um know-how de ter imposto tantas derrotas ao PT como eu tenho”.