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Vargas admite na Câmara ter viajado nas férias em um avião fretado por doleiro

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Um pedido de vista do deputado Zé Geraldo (PT-PA) interrompeu nesta terça-feira a votação do parecer do deputado Júlio Delgado (PSB-MG) pela continuidade do processo contra o deputado licenciado André Vargas (PT-PR). O parlamentar é acusado de envolvimento com o doleiro Alberto Youssef, preso sob suspeita de comandar um esquema de lavagem de dinheiro.

Delgado defendeu que há elementos suficientes pela admissibilidade da representação da oposição contra Vargas, que admitiu na tribuna da Câmara dos Deputados ter viajado nas férias em um avião fretado pelo doleiro. Geraldo, que na última sessão apresentou uma questão de ordem pró-Vargas, voltou a sair em defesa do colega de partido e protelou os trabalhos. Depois da sessão, ele disse que o parlamentar do Paraná, "de certa forma", havia pedido sua ajuda no Conselho de Ética.

André Vargas pediu licença de 60 dias do mandato de deputado federal e renunciou ao cargo de vice-presidente da Câmara para se dedicar a sua defesa. O parlamentar chegou a anunciar que deixaria o mandato, mas voltou atrás ao perceber que não teria chance de interromper o processo no Conselho de Ética.  

"Conversei com ele. Ele entende que a situação é desconfortável e que quer mais tempo", disse Geraldo. "Se o deputado não renunciou, é porque ele quer mais tempo", acrescentou.

O relator do processo no Conselho de Ética considerou protelatória a decisão de pedir mais tempo para analisar o processo. Segundo ele, há risco de uma eventual votação de perda de mandato ir a plenário às vésperas das eleições. A próxima reunião do colegiado está marcada para a semana que vem.

Se fosse votado o parecer nesta terça, o Conselho de Ética passaria a tentar notificar André Vargas e abriria prazo para a apresentação de defesa. O relatório é apresentado após esses procedimentos.

"No dia da designação da relatoria desse processo, nós dissemos que, dependendo do andamento que eles iam dar a esse procedimento, a gente poderia terminar antes do início da Copa do Mundo e até o recesso parlamentar, que é dia 18 de julho. Já no primeiro momento, que é o da admissibilidade, há um pedido de vistas, que é um pedido protelatório, demonstra claramente que eles vão estender isso, e isso pode passar", disse.