ASSINE
search button

Pizzolato alugava vila com vista para o mar na Itália

Ex-diretor do Banco do Brasil foi preso nesta quarta-feira na cidade de Maranello

Compartilhar

O ex-diretor de marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e sete meses de prisão no processo do mensalão e capturado em uma operação conjunta das polícias da Itália e do Brasil, se escondia em Porto Venere, uma pitoresca cidade no litoral da Ligúria.    O município fica a poucos quilômetros das famosas Cinque Terre (Cinco Terras, na tradução em português), que reúne cinco vilarejos debruçados sobre o mar. 

Pizzolato, que fugiu para a Itália com um passaporte falso que pertencia a um irmão morto, foi preso nesta quarta-feira (5).    

Em Porto Venere, ele alugou uma pequena vila com vista para o oceano e dizia a todos que queria aproveitar sua aposentadoria ao lado da mulher após uma vida dedicada ao trabalho no Brasil.    

A polícia italiana, após tê-lo identificado, passou a seguir de perto seus passos, até detê-lo na casa de um sobrinho, em Maranello. Em seguida, ele foi levado para Modena.

Pizzolato foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão por formação de quadrilha, peculato e lavagem de dinheiro. Sua prisão foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal após o julgamento do último recurso, em 13 de novembro. A pena deve ser cumprida em regime fechado, em presídio de segurança média ou máxima.

Quando foi decretada a prisão de Pizzolato, os agentes da Polícia Federal foram à casa do ex-diretor do Banco do Brasil para cumprir o mandado e não o encontraram. Depois, foi divulgada uma carta em que Pizzolato avisara que fugiu para Itália, onde buscaria um julgamento justo.

Inicialmente, a informação era de que Pizzolato teria ido de carro até a fronteira com o Paraguai, em uma viagem que teria durado 20 horas. Ele teria atravessado a pé a fronteira, onde um carro o aguardava para levá-lo a Buenos Aires. Da capital argentina, ele pegou um avião rumo à Itália. 

>> Polícia Federal diz que Henrique Pizzolato foi preso na Itália

>> Cardozo diz que Brasil pedirá extradição de Pizzolato

>> Jurista acha que Pizzolato não pode ser entregue ao Brasil pela Itália

>> Celso de Mello: "seria inócuo ou inviável pedido de extradição de Pizzolato" 

>> PGR já toma previdências para que extradição de Pizzolato seja pedida


Deputada ítalo-brasileira defende a extradição de Pizzolato

A deputada ítalo-brasileira Renata Bueno, que representa a América do Sul no Parlamento italiano, anunciou nesta quarta-feira que vai defender que a Itália abra processo para extraditar para o Brasil o ex-diretor de marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato. Ele foi preso com passaporte falso na cidade de Maranello, região norte da Itália. 

A parlamentar ressalta, no entanto, que a decisão sobre a extradição ou não provocará um longo debate entre as autoridades dos dois países, até porque, agora, Pizzolato também cometeu um crime na Itália ao usar um passaporte falso.“Como ele também cometeu um crime na Itália, precisamos num primeiro momento saber como pode se dar esse processo. Já estou em contato com autoridades italianas para verificar essa situação. Mas posso adiantar que o Brasil pode e deve pedir a extradição do condenado no mensalão”, afirmou Renata Bueno. 

Na visão da parlamentar, a dupla cidadania não deveria, neste caso, beneficiar o petista, que foi condenado a 12 anos e 7 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “A dupla cidadania não pode ser utilizada para proteger criminosos. É preciso evitar que esse direito dado aos descendentes italianos seja usado em favor da impunidade”, disse a deputada ítalo-brasileira.