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SP: 'Ninguém ofereceu resistência', diz fotógrafo que viu ação da PM em hotel

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Um vídeo gravado pelo fotojornalista Felipe Larozza mostra a ação do Batalhão de Choque da Polícia Militar invadindo um hotel na Rua Augusta no sábado, durante o protesto contra a Copa do Mundo em São Paulo. Nas imagens, os PMs invadem o hotel e dão tiros com balas de borracha dentro do estabelecimento, mandando todos que estavam no local deitarem no chão.

"Eu venho cobrindo os protestos desde junho e sei dos danos que pode causar a bala de borracha. A polícia invadiu o local e deu tiros à queima-roupa, muito próximo das pessoas. Nem todo mundo ali era manifestante, tinham hóspedes e funcionários do hotel lá dentro, e mesmo que fossem parte do protesto, ninguém ofereceu resistência para que eles agissem com truculência", afirmou o fotojornalista.

Segundo Larozza, o choque ia subindo a Rua Augusta em direção à Avenida Paulista e algumas pessoas se refugiaram dentro do hotel com medo da ação da polícia. "O pessoal do hotel deixou as pessoas entrarem", disse. "Eu entrei junto com o choque. Logo depois da invasão, com todo mundo no chão e rendido, eles separaram todos os fotógrafos e jornalistas e nos mandaram sair", conta. 

"Não foi uma ação rápida lá dentro. Disseram depois que estavam procurando manifestantes escondidos dentro do hotel", afirma. Segundo ele, os policiais saíram do local com um ônibus lotado de manifestantes presos. Cerca de 30 pessoas foram detidas no local.

De acordo com o balanço divulgado pela Polícia Militar ontem, no total 128 pessoas foram detidas durante o protesto e encaminhadas para a 78ª Delegacia de Polícia (DP). Neste domingo, todos os presos foram liberados.

O Terra entrou em contato com a Polícia Militar, mas não obteve retorno.