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Manifestantes não comparecem a "rolezinho" no shopping Ilha Plaza

Marcado para 16h, evento não gerou movimentação no estabelecimento

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O “rolezinho” marcado para este sábado (18), no shopping Ilha Plaza, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio, não conseguiu arrastar muitos manifestantes. Não houve concentração e apenas o organizador do evento compareceu ao local. Com medo da possibilidade de confusão e tumulto, a administração do shopping reforçou a segurança no local: o número de seguranças privados foi ampliado e as entradas das lojas que dão acesso direto à rua foram fechadas. 

Policiais Militares observavam a movimentação pelo lado externo do edifício comercial. Apesar do esquema montado, os agentes não foram acionados.

Ainda neste sábado, um "rolezinho" estava marcado para as 18h30, no Plaza Shopping Niterói. Na descrição do evento no Facebook, que já reúne mais de 800 confirmações, os organizadores dizem buscar “libertar os negros e seus descendentes de seus últimos grilhões”. O shopping tentou uma liminar na Justiça junto à 9ª Vara Cível de Niterói, mas a instância negou o pedido de proibição do evento.

Com mais destaque e prometendo levar uma pequena multidão ao Shopping Leblon, um dos shoppings mais luxuosos da cidade, frequentado principalmente por pessoas das classe alta e média alta, o “rolezinho” agendado para acontecer neste domingo (19) já conta com quase 9 mil confirmações no evento criado no Facebook. "Em apoio à galera de São Paulo, contra toda forma de opressão e discriminação aos pobres e negros, em especial contra a brutal e covarde ação diária da polícia militar no Brasil, seja nos shoppings, nas praias ou nas periferias", diz o texto de convocação na página "Rolezinho no Shopping Leblon".

O estabelecimento comercial entrou com pedido de liminar proibindo a realização do evento, e teve pedido acatado pela juíza Isabella Peçanha Chagas, da 14ª Vara Cível do Rio de Janeiro, que garantiu a proibição do “rolezinho”. Foi estabelecida multa no valor de R$ 10 mil para quem for identificado promovendo o ato dentro do local.

"Rolezinho" em SP fecha shopping de luxo

Já em São Paulo, o shopping de luxo JK Iguatemi, na zona oeste de São Paulo, não abriu as portas na tarde deste sábado com a possibilidade de mais um “rolezinho” acontecer no local. Os jovens que compareceram ao evento foram munidos de faixas e instrumentos musicais, e deram um tom mais político ao ato. Os manifestantes são contra a liminar concedida no último sábado (11) ao JK Iguatemi e consideram a medida como racismo. De acordo com a decisão, o evento denominado "Rolezaum no Shoppim" foi proibido e a pena para cada manifestante identificado seria a multa de R$ 10 mil por dia. O shopping funcionou normalmente até a chegada do protesto.

Racismo

Entre os participantes do movimento está um advogado que disse representar os jovens. Elizeu Soares Lopes sugeriu aos manifestantes que deixassem os instrumentos de lado e, em fila, entrassem no shopping. Diante da recusa dos seguranças em deixar o grupo passar, Elizeu alegou estar sofrendo crime de racismo, já que ele é negro.

O advogado e outro cinco jovens deixaram o local do evento, informando que iriam até o 96º DP, na avenida Luís Carlos Berrini, para registrar um boletim de ocorrência por “racismo, constrangimento ilegal e imputação de prática criminosa”. “Eles estão achando que a gente vai cometer algum crime, antes disso acontecer”, criticou o advogado. 

Posição do shopping

O Shopping Center JK Iguatemi, em nota, aponta que "respeita manifestações democráticas e pacíficas, mas o espaço físico e a operação de um shopping não são planejados para receber qualquer tipo de manifestação. Com o compromisso de garantir a segurança de seus clientes, lojistas e colaboradores, e de acordo com procedimento padrão utilizado em situações semelhantes, o empreendimento interrompeu temporariamente suas atividades neste sábado, 18 de janeiro".

Com Portal Terra