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Ex-diretor da Siemens diz que negociou propina com secretário

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O secretário de Desenvolvimento Econômico do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Rodrigo Garcia (DEM), e um interlocutor do secretário de Energia, José Aníbal (PSDB), foram acionados pela principal testemunha das investigações sobre o cartel dos trens e Metrô em São Paulo, segundo informações do jornal Folha de S. Paulo. Em declaração à Polícia Federal, a testemunha relatou que tratou pessoalmente de propina com Garcia.

As afirmações constam de um depoimento prestado pelo ex-diretor da multinacional alemã Siemens Everton Rheinheimer em novembro. Ele assinou um acordo de delação premiada e colabora com as investigações. O teor completo de suas declarações é mantido em sigilo pelas autoridades, mas parte do depoimento foi transcrita na decisão da Justiça Federal que encaminhou o caso para o Supremo Tribunal Federal, em dezembro.

O ex-executivo da Siemens afirmou que Garcia era um "ponto de contato" político para as empresas do cartel e que conversou "algumas vezes" com ele sobre o pagamento de "comissões". Rheinheimer disse que recebeu indicação para negociar também com José Aníbal, mas que "nunca" foi recebido pessoalmente por Aníbal.

Garcia e Aníbal negam ter cometido ilegalidades. O advogado de Garcia, Alexandre de Moraes, negou as acusações e desqualificou o testemunho de Rheinheimer. "Nos 52 volumes do processo, o secretário Garcia é citado três vezes, duas em denúncias anônimas, em nenhuma delas com provas", afirmou.

Já a assessoria de José Aníbal disse que ele "nunca viu ou havia ouvido falar de Rheinheimer" antes do início do escândalo.