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Haddad diz que delegado pode ter envolvimento com a máfia do ISS

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O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), declarou nesta sexta-feira que uma testemunha na investigação sobre servidores envolvidos na Máfia do Imposto Sobre Serviço (ISS) disse, em depoimento, que um delegado estaria envolvido no esquema de fraude. "Existe um depoimento de uma testemunha, cujo anonimato está garantido sua segurança, de que há um delegado envolvido com a máfia do ISS”, disse.

"O MP (Ministério Público) já sabe e está investigando o caso. Há uma acusação de uma testemunha da participação de um delegado junto à máfia do ISS. Esse depoimento é público, mas não tem nada a ver com a acusação de falta de parceria", disse o prefeito, se referindo a uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta sexta, na qual outro delegado critica a prefeitura por não contribuir com as investigações.

De acordo com a reportagem, o delegado José Eduardo Jorge, titular da 2ª Delegacia de Crimes contra a Administração, afirma que a polícia fez ao menos três solicitações à prefeitura sobre os servidores para investigá-los por enriquecimento ilícito ou improbidade.  A prefeitura, no entanto, afirmou em duas respostas que se tratava de uma apuração embrionária.

Diante da resposta, o delegado Jorge relatou que a polícia se sentiu ofendida. "Tive uma sensação estranha. Parece que alguém queria omitir alguma coisa da Polícia Civil de São Paulo", falou. Ainda segundo o delegado ouvido pela Folha, a polícia estuda ir à Justiça se não houver compartilhamento de informações.

Diante das declarações, Haddad resolveu esclarecer, de uma vez por todas, a situação envolvendo as instituições. "A matéria (da Folha de S. Paulo) coloca na boca da Polícia (Civil) como instituição, mas trata de um delegado. Respeitamos a opinião dele, mas discordamos. O Ministério Público levou à frente e tudo foi feito com a participação da secretaria de segurança. Fomos bem sucedidos, conseguimos descobrir, em 90 dias, uma quadrilha que operou por cinco anos. Em vez de celebrar, estamos fazendo o jogo do bandido", falou .

"Nós encaminhamos para a polícia e para o Ministério Público, todo e qualquer indicio de irregularidade. O que não posso mandar é um estudo preliminar sobre pessoas que sequer tinham sido investigadas, mas detectado o problema. Fico chateado porque um trabalho bem feito e inédito, em parceria da prefeitura com o MP, é maculado pela vaidade de uma pessoa. Em vez de celebrar o combate à corrupção, estamos levando para a sociedade uma disputa menor”, concluiu Haddad.