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Caso Tayná: MP-PR processa policiais acusados de tortura

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A 6ª Promotoria de Justiça de Colombo, na região metropolitana de Curitiba (PR), ajuizou, nesta terça-feira, ação por ato de improbidade administrativa contra os policiais acusados de terem torturado os suspeitos pela morte da adolescente Tayná Adriane da Silva, 14 anos. O caso correu em junho deste ano, no município de Colombo.

Estão sendo processados um delegado, 11 policiais civis, um agente de apoio da Polícia Civil, dois guardas municipais, um soldado da Polícia Militar, um auxiliar de carceragem, um soldado aposentado da Polícia Militar e dois presos. Quase todos são acusados de tortura. A exceção é o auxiliar de carceragem, que está sendo processado por prática dos crimes de abuso de autoridade e lesões corporais.

Se forem condenados, os acusados poderão receber as seguintes sanções: perda da função pública, ressarcimento integral do dano, suspensão dos direitos políticos por período variando entre três e cinco anos, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e proibição de contratar com o poder público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.

O promotor de Justiça Paulo Conforto, responsável pela ação, pediu a decretação de segredo de Justiça ao processo. O objetivo, segundo ele, é preservar a intimidade das vítimas.

Caso Tayná

Tayná desapareceu no dia 25 de junho quando voltava da casa de uma amiga, nas proximidades de um parque de diversões, em Colombo, na região metropolitana de Curitiba. O corpo da menina foi encontrado no dia 28 de junho. Três dos quatro suspeitos, presos no dia anterior, confessaram ter estuprado e matado Tayná. Um deles não teria participado diretamente do crime. No mesmo dia, o parque de diversões foi depredado e incendiado por moradores da região.

No dia 5 de julho, a Polícia Civil conclui o inquérito, indiciando Adriano Batista, 23 anos, Sérgio Amorin da Silva Filho, 22 anos, e Paulo Henrique Camargo Cunha, 25 anos, por estupro e assassinato da menina. Ezequiel Batista, 22 anos, irmão de Adriano, foi indiciado como cúmplice do crime. 

Porém, no dia 9 de julho, o resultado de exame de DNA indicou que o sêmen encontrado na calcinha da garota não é compatível com o material genético de nenhum dos quatro acusados. Na sequência, em depoimento ao Ministério Público, os quatro acusados negaram participação no crime e denunciaram terem confessado sob tortura. Com a contradição entre o inquérito e a prova pericial, o Ministério Público devolveu o inquérito à Polícia Civil.