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PR: número de mortes induzidas em hospital pode chegar a 300

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O número de mortes ocorridas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Evangélico, em Curitiba, pode chegar a 300, segundo Mário Lobato, auditor do Ministério da Saúde que coordena a sindicância na unidade. "São mais de 20 casos já, e nós temos quase 300 já para fazer o fechamento", diz. 

A ex-chefe da UTI Virgínia Helena Soares de Souza é acusada de sete mortes. Além dessas, o Ministério Público (MP) investiga outras 20. A equipe chefiada pelo auditor está analisando mais de 1,7 mil prontuários dos últimos sete anos, e também as provas do processo. 

O prontuário de Ivo Spitzner, cuja morte é atribuída, no processo, à ex-chefe da UTI, mostra que às 6h do dia em que morreu, ele recebia oxigênio a 45%. Duas horas depois, passou a receber 22%, quase o limite mínimo, sem que a família soubesse. Na prescrição médica, às 9h39, foram administrados três medicamentos, entre eles o Pavulon, que faz todos os músculos pararem, inclusive os da respiração. As informações são do Fantástico, da TV Globo.

Para o MP e o coordenador da sindicância, foi essa combinação de procedimentos que matou Ivo e os outros pacientes da UTI. "Todos eles o mesmo modus operandi, têm a mesma relação entre a droga e o óbito, o horário bate", afirma Lobato. "Um deles estava consciente, sob nebulização, não estava ligado ao respirador. 

A outra foi uma paciente que pediu um copo de água para a enfermeira", detalha o médico. O advogado de Virgínia diz que ela não fez nada de errado. "Nós poderemos, em breve, provar que tudo que aconteceu naquela UTI tem justificativa na literatura médica", afirma Elias Mattar Assad. Para o presidente da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, José Mário Meira Teles, decisões normais tomadas numa UTI podem ser mal interpretadas. 

"A não introdução de medidas que são fúteis, que são inúteis ou a retirada de procedimentos que não têm nenhum beneficio ao paciente pode ser interpretado pela promotoria, às vezes, como um procedimento que possa apressar, que possa acelerar o processo de morte", aponta.