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Autor de cartilha do PT rebate críticas de FHC: 'é feita por gente adulta'

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O economista Márcio Pochmann, autor da cartilha que compara os últimos dez anos de governo do PT aos oito anos antecessores, quando o Brasil tinha o tucano Fernando Henrique Cardoso como presidente, comentou as afirmações que FHC fez a respeito da festa que o Partido dos Trabalhadores preparou para comemorar os dez anos no poder, realizada na noite desta quarta-feira, em São Paulo. Após FHC afirmar que a comparação é "picuinha e coisa de criança", Pochmann rebateu as críticas e disse que a cartilha é um "estudo feito por gente adulta". 

"Foi feito por gente que transforma o Brasil, gente que identifica que o povo é o protagonista dessas mudanças. As crianças também fazem parte, mas não só as crianças", ironizou Pochmann. "Cada um avalia como acha melhor. É um documento que traz uma contribuição, de um Brasil que se projetou para o mundo, com elementos, estatísticas com fontes oficiais. Cada um contribui, analisa, da forma que quiser", completou. 

A entrevista com FHC foi publicada no Observatório Político, nesta quarta-feira. Nela, o ex-presidente critica o modo que o PT irá comemorar os dez anos à frente do governo federal. "Coisa engraçada é o modo de o PT comemorar. Em vez de ficar satisfeito com o que fez, não, fica falando o que o outro não fez. (...) A gente deve comemorar é a vitória do Brasil, e não ficar o tempo todo olhando para trás. É coisa de criança, parece picuinha, meu Deus. Ainda bem que já estou maduro o suficiente para dizer: 'deixa para lá, eles são assim mesmo. O que eu vou fazer?'", disse. 

Pochmann, por outro lado, fez questão de ressaltar que o documento criado é uma maneira de evoluir e mostrar os avanços do País nos últimos anos. "Estamos completando 28 anos de experiência democrática e é a primeira vez que temos dez anos de continuidade programática sem nenhum paralelo. Sabemos que esses dez anos mudaram o Brasil, que podem ser comparados a décadas de 1930 e 1880. E é sobre esses elementos que o documento levanta questões, um documento de apenas 15 páginas que mostra o que foi a política implantada por um projeto desenvolvimentista", completou. 

A ideia do PT e de Porchmann é fazer 13 seminários espalhados pelo Brasil para debater os resultados do partido nos anos em que se manteve no poder, desde que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, em 2003, até os dias de hoje, com Dilma Rousseff. 

"Estamos interessados em olhar o Brasil que se consolidou enquanto uma das maiores democracias do mundo. Estamos apresentando as diferenças de governo, é um documento que vai ser discutido ao longo dos seminários."