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Cartas revelam como PCC tentou se instalar no Rio Grande do Sul

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Cartas apreendidas no Presídio Central de Porto Alegre revelam a tentativa do PCC de se instalar no Rio Grande do Sul. A Polícia Civil e o Ministério Público ouviram falar dos "caderninhos" do PCC em abril. Após rastrearem telefonemas de um paulista detido na unidade e suspeito de extorsões fora da cadeia, os agentes captaram menções à facção, além de telefonemas a São Paulo, e descobriram que promotores paulistas também rastreavam o suspeito por suas ligações com o comando. 

Nos documentos, havia 17 mandamentos que os presos copiam à mão e espalham nas celas. "Aquele que estiver em liberdade, bem estruturado, mas esquecer de contribuir com os irmãos que estão na cadeia, será condenado à morte, sem perdão", dizia o 7º. As informações são do jornal Zero Hora.

A última ordem diz que, a médio e longo prazos, o comando se consolidaria a nível nacional: "Em coligação com o Comando Vermelho, iremos revolucionar o país dentro das prisões e nosso braço armado será o terror dos poderosos, opressores e tiranos". 

O PCC age há mais uma de década no RS. No início dos anos 2000, o líder máximo da facção, Marcos Camacho, o Marcola, ficou preso em Ijuí, no noroeste, numa tentativa de isolá-lo. Em 2001, 13 homens ligados ao comando planejaram o assalto contra um avião que transportava dinheiro ao Banco do Brasil, no Aeroporto Salgado Filho. O golpe foi abortado pela Polícia Federal, minutos antes de ocorrer. 

Em setembro de 2006, 39 bandidos foram presos quando terminavam de cavar um túnel para arrombar cofres do Banrisul e da Caixa no Centro de Porto Alegre.