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'Forasteiros' ocupam vagas de medicina no Norte e Nordeste

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O Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que seleciona os candidatos para vagas de universidades federais que usam o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no lugar do vestibular, fez com que vagas nos cursos de medicina (tradicionalmente os mais concorridos) do Norte e do Nordeste fossem ocupados por estudantes "forasteiros", do Sul e Sudeste do País. 

Nas universidades federais de Alagoas (Ufal) e do Amazonas (Ufam), 83% e 100% das vagas, respectivamente, são de alunos de fora desses Estados. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Jorge Werthein, ex-diretor da Unesco no Brasil e doutor em educação pela Universidade de Stanford (EUA), diz que a disparidade de rendimento no Enem mostra que, mesmo com o rápido desenvolvimento da economia, a educação é mais lenta para superar uma desigualdade histórica. "Conseguimos resolver a questão do acesso à educação básica, mas não democratizamos a qualidade (...) É preciso ter paciência, porque a competição de maneira igualitária só acontecerá se o ensino fundamental e médio do País todo estiver uniforme", diz ao jornal. 

O pesquisador afirma que há casos a serem copiados, como no Estado do Ceará, onde a federal (UFC) tinham quase 100% das vagas em medicina com alunos locais e hoje esse índice está em torno de 80%.