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Professores se precipitaram ao entrar em greve, afirma ministra

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A ministra do Planejamento, Miriam Belchior, condenou a atitude de professores das universidades e institutos federais de educação superior federais, em greve desde 17 de maio deste ano. Ela considerou "precipitado" o anúncio de greve já que, tradicionalmente, as negociações entre governo federal e servidores por reajustes acontecem entre julho e agosto.

"Como todo ano, temos sempre o tempo de negociação com os servidores, que é a virada de julho para agosto. Precisamos, ao mesmo tempo, estarmos mais próximos do ano seguinte para saber o que vai acontecer, mas também é o momento de fechamento do orçamento, e é possível ver o que dá para incorporar de reajuste. Do nosso ponto de vista, houve precipitação em deflagrar a greve em maio. Estava claro para nós que o momento de negociação é esse, de julho pra agosto", afirmou a ministra.

Acompanhada do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, Miriam se reuniu na tarde desta sexta-feira com os representantes dos grevistas para apresentar uma nova proposta de reestruturação da carreira dos docentes federais. Ao todo, os reajustes vão gerar um impacto de R$ 3,9 bilhões entre 2013 e 2016 - 40% desse total será concedido já no ano que vem.

A proposta é aumentar os salários, em média, em 32,7%, já contabilizados os 4% de reajuste concedido em maio deste ano. As negociações ainda ocorrem ao longo desta sexta-feira e não há informações sobre a aceitação por parte dos grevistas. O Congresso Nacional também precisa aprovar as alterações.

Reajustes para servidores

Segundo Miriam, se o governo atender a todas as demandas dos servidores federais por reajustes salariais, vai desembolsar R$ 92,2 bilhões, o equivalente à metade dos gastos com a folha de pagamento da União.

"A folha anual é de R$ 186 bilhões, 2% do Produto Interno Bruto (PIB), e é equivalente a duas vezes os gastos com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em 2012. Então, é um montante de recursos muito significativo, difícil de ser incorporado nos recursos que a União tem disponível", disse a ministra.

Corte no ponto

A orientação dada pelo governo é de que o Ministério da Educação identifique e diferencie os pontos de professores grevistas e não grevistas. "No caso das universidades, para reposição, e outros casos para desconto em folha ou reposição, de acordo com a circunstância. A última folha foi paga normalmente em julho", disse Miriam Belchior.