ASSINE
search button

Jovem morre eletrocutado ao levar cestas básicas a área alagada no Acre 

Compartilhar

Um jovem de 19 anos morreu na tarde desta sexta-feira após seu barco de alumínio encostar em uma ligação clandestina de energia elétrica, conhecida como "gato", no bairro Seis de Agosto, em Rio Branco (AC), onde ele distribuía cestas básicas a famílias afetadas pela enchente. Alan Felipe de Souza Marinho trabalhava como voluntário na região e era funcionário do Departamento de Estradas e Rodagens do Acre (Deracre).

A Eletrobras desligou toda a rede de energia elétrica do bairro depois da divulgação da morte de Alan. Antes, a empresa havia desligado apenas a energia de áreas que registravam alagamento. Na terça-feira, a Eletrobras efetuou o desligamento da rede de tensão do bairro Seis de Agosto por medidas de segurança, ressaltando que ligações elétricas em áreas alagadas representam risco à população. Na ocasião, um grupo de moradores interditou o tráfego na avenida Amadeo Barbosa afirmando que somente liberaria a via quando a energia fosse religada.

A Polícia Militar foi ao local com assessores do governo e tentaram conter o protesto. A Polícia Civil anunciou que será instaurado inquérito para investigar a morte de Alan. O delegado André Monteiro explicou que a situação é de flagrante delito. "Uma pessoa foi conduzida à Delegacia de Flagrantes e será apresentada a autoridade policial. Se ficar constatada a responsabilidade desta pessoa na ligação clandestina, o acusado responderá pelo crime de homicídio na forma culposa (quando não há intenção de matar) e, fazendo uma análise detida, poderá esse cidadão até responder por homicídio doloso (quando há intenção de matar)", afirmou Monteiro.

Alan entregava cestas básicas a famílias que resistem em sair de suas moradias apesar da enchente. O governador Tião Viana lamentou a morte do jovem "por causa de pessoas sem escrúpulos, liderados por uma ação orquestrada que começou na terça-feira e (que) insistiram em ligar a luz, quando nós dizíamos por meio da Eletrobras, dos órgãos de governo e até da Polícia Militar que isso ia matar gente se insistissem em fazer essa ligação".