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Com greve da Polícia Civil, Exército ocupa delegacias no Ceará

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Homens do Exército Brasileiro fazem a guarda e passaram a ocupar algumas delegacias em Fortaleza (CE), depois que a Polícia Civil decidiu entrar em greve na última quarta-feira, após duas rodadas de negociações frustradas entre grevistas e governo. Com o efetivo da Força Nacional e do Exército disponível no Ceará desde a greve da Polícia Militar, as tropas federais agora tentam manter a ordem nas delegacias.

De acordo com o Sindicato dos Policiais Civis do Estado, cerca de 90% das unidades estão fechadas e, com isso, procedimentos de registro policial e investigação estão suspensos. A Divisão de Homicídios e Poteção à Pessoa, uma das únicas que continua a fazer registros mesmo depois do início da greve, recebeu um reforço de soldados do Exército, assim como a Delegacia da Criança e do Adolescente, que também recebeu segurança extra. "O Exército está ocupando as delegacias onde há presos, que são cerca de 56 unidades, e o Exército está incumbido de cuidar da segurança das delegacias", afirmou o coronel Medeiros Filho, chefe do departamento jurídico do Exército no Ceará.

Durante a madrugada, houve um princípio de tumulto na praça da Polícia, onde os agentes civis estão acampados. Um caminhão com soldados do Exército chegou ao local e surpreendeu os policiais civis, que se assustaram com a possibilidade de serem removidos à força do local.

Para tentar evitar um colapso no registro de ocorrências policiais no Ceará, o Estado deve receber 23 escrivães federais, cedidos pelo Ministério da Justiça. O objetivo, segundo o capitão Francisco Antônio Perez, da 10ª Região Militar, é retomar o atendimento à população nas delegacias enquanto durar a greve dos policiais civis.

Reivindicações

Os grevistas pedem, entre outras coisas, que o governo conceda um salário a escrivães e inspetores equivalente a 60% do que é pago hoje aos delegados, além de limitação da carga horária a 40 horas semanais e pagamento de horas extras. Eles também pedem a anistia aos agentes que participam do movimento grevista desde julho de 2011 e o ressarcimento dos valores descontados dos trabalhadores durante as paralisações.

Esta é a terceira vez que os policiais civis cearenses cruzam os braços em seis meses, com um total de 101 dias em greve desde julho de 2011.