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Dilma anuncia políticas para trabalhadoras rurais

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A presidente da República, Dilma Rousseff, anunciou nesta quarta-feira, vestindo chapéu à camponesa para o encerramento da 4ª Marcha das Margaridas, em Brasília, ações e políticas que respondem à pauta de reivindicações apresentada pelo movimento. A presidente prometeu ainda para 2011 oito unidades básicas de saúde fluviais, sendo que outras oito devem ser entregues em 2012.

Além disso, são previstos 10 centros de referência em saúde voltados para trabalhadores do campo e da floresta e a implementação da Rede Cegonha, voltada à redução da mortalidade materna e ao aprimoramento do atendimento aos recém-nascidos no campo.

Cerca de 70 mil mulheres participaram da marcha, movimento de protesto contra as desigualdades sociais e de denúncia da violência e exploração das trabalhadoras rurais, que se concentrou em frente à rampa do Congresso Nacional na manhã desta quarta-feira. O movimento de 2011 tem como lema desenvolvimento sustentável com justiça, autonomia, igualdade e liberdade.

Dilma afirmou que o governo irá lançar uma campanha nacional de combate ao câncer de colo e de útero das mulheres do campo e da floresta. Um mapa da saúde no campo deverá ser construído, junto a um plano integrado de vigilância em saúde de populações expostas aos agrotóxicos. Contra a violência doméstica, Dilma prometeu para todo o País 10 unidades móveis para atender mulheres ameaçadas.

A presidente anunciou duas mudanças no acesso ao crédito: 30% do total disponível no limite familiar de financiamento será de uso exclusivo das mulheres, para que elas tenham maior participação na gestão financeira das unidades familiares; e o valor do crédito Apoio Mulher deve ser ampliado para atingir R$ 3 mil, passível de ser desembolsado em uma única parcela.

Segundo Dilma, um grupo de trabalho interministerial já foi montado para discutir critérios para a implantação de creches no campo. "Queremos, ainda, assegurar a participação de organizações de mulheres no conselho de alimentação escolar e adotar medidas para uma maior e melhor parceria com municípios e Estados, ampliando a parte da merenda escolar destinada a agricultura familiar", disse Dilma.

"Ser mulher brasileira, moradora do campo e militante popular exige coragem, altivez e um coração generoso. Exige grandeza de alma para enxergar longe e buscar realizar, aqui e agora, as transformações que o mundo rural e o Brasil tanto necessitam. Vocês são exemplo de garra, tenacidade e coragem. O Brasil, por isso, depende muito desse exemplo para alargar, ainda mais, os espaços de justiça social para nossos filhos e netos", disse Dilma, antes de ser ovacionada pelas "margaridas".

Antes de Dilma, a ministra Iriny Lopes, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, disse que "todas as pessoas saberão da importância de se ter uma mulher presidenta, mas ainda mais nós, mulheres". Iriny se referiu a Dilma como "uma mulher que faz aquilo que muitas pessoas acharam que não era possível que uma mulher fizesse: tomasse decisões, determinasse o que deveria ser feito, ouvir e dialogar com o povo do seu país e, como dito no seu discurso de posse, promover a igualdade entre homens e mulheres".

A manifestação é coordenada pelo Movimento Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, composto pela Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag), por 27 federações e mais de 4 mil sindicatos. A mobilização de mulheres trabalhadoras rurais do campo e da floresta ganhou esse nome em homenagem à trabalhadora rural e líder sindical Margarida Maria Alves, assassinada na Paraíba em 12 de agosto de 1983.

Junto a Dilma e Iriny Lopes, estiveram presentes no evento o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, senadores, deputados federais e os ministros Maria do Rosário (Secretaria Especial de Direitos Humanos), Luiza Bairros (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República), Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário), Izabella Teixeira (Meio Ambiente), Alexandre Padilha (Saúde), Maria Aparecida Perez (Pesca e Aquicultura), Tereza Campello (Desenvolvimento Social e Combate à Fome), Ana de Hollanda (Cultura) e Gleisi Hoffmann (Casa Civil)