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Jobim diz estar 'aliviado' após deixar Ministério da Defesa

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O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim disse na última sexta-feira estar "aliviado" depois de deixar o governo. Curiosamente, ele usou a mesma expressão da presidente Dilma Rousseff (PT) sobre a sua demissão do governo: "É página virada." De shorts e tênis, ele saiu de seu apartamento na Asa Sul de Brasília para fazer uma caminhada ao ar livre, arrumou livros e saiu após o almoço com uma missão: reativar seu escritório de advocacia na capital. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Sua mulher, Adrienne Senna, se aposenta do serviço público no ano que vem e o objetivo do casal é viajar e manter ocupações profissionais entre São Paulo e Brasília. Jobim parecia bem humorado e não quis dar declarações à imprensa. A interlocutores, porém, disse que vai ficar atento a jornais e revistas do final de semana para ver como seu afastamento do governo está sendo tratado.

A demissão de Jobim

O ministro da Defesa, Nelson Jobim (PMDB), entregou sua carta de demissão à presidente Dilma Rousseff no dia 4 de agosto. Sua situação se tornou insustentável no governo após declarações dadas à revista Piauí em que teria considerado a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, "muito fraquinha" e dito que a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, "sequer conhece Brasília". Jobim negou ter feito as críticas e disse que as informações seriam "parte de um jogo de intrigas". Mas, segundo fontes, Dilma já havia decidido demitir o ministro caso ele não abandonasse o cargo por conta própria. Para seu lugar, a presidente escolheu o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

A situação de Jobim à frente da pasta já vinha se deteriorando por outras declarações à imprensa que geraram mal-estar no governo. Em uma entrevista, ele afirmou ter votado no tucano José Serra, principal adversário de Dilma, nas eleições presidenciais do ano passado. No início de julho, em uma cerimônia em homenagem ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) - de quem ele foi ministro da Justiça entre 1995 e 1997 - no Senado Federal, ele citou o dramaturgo Nelson Rodrigues dizendo que "os idiotas perderam a modéstia". A fala foi interpretada como uma insatisfação do ministro com sua situação no governo. Mais tarde, contudo, ele disse que se referia a jornalistas.