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Documentos revelam que a Marinha ordenou a morte de militantes no Araguaia

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SÃO PAULO - Documentos do Comando da Marinha datados de setembro de 1972 apontam a ordem expressa de matar os integrantes da Guerrilha do Araguaia, e não apenas derrotar a oposição no maior foco da luta armada contra a ditadura militar.

Os textos fazem parte do acervo da Câmara dos Deputados e eram confidenciais até 2010, mas foram liberados para consulta pública. Os documentos relatam a preparação da Operação Papagaio, uma das principais ofensivas das Forças Armadas contra o grupo que atuava entre o Pará, Maranhão e a região norte de Goiás, onde atualmente há o estado de Tocantins. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

"A FFE (Força dos Fuzileiros da Esquadra) empenhará um grupamento operativo na região entre Marabá e Araguaína para, em ação conjunta com as demais forças amigas, eliminar os terroristas que atuam naquela região", afirmam dois documentos.

Um deles é assinado por Edmundo Drummond Bittencourt, então comandante-geral do Corpo de Fuzileiros Navais. O outro foi escrito pelo contra-almirante Paulo Gonçalves Paiva. Em ambas as ordens, a instrução de "eliminar" os guerrilheiros surge no item "conceito das operações".